Centenas de trabalhadores que prestam serviço para a mineradora Vale no município de Parauapebas voltaram a interditar a portaria de acesso à Serra dos Carajás, nesta segunda-feira (25), provocando grande transtorno no centro da cidade, cujas ruas ficaram literalmente tomadas por ônibus e carros pequenos que transportam operários para a Serra de Carajás.
No dia 4 deste mês, portanto, há apenas 20 dias, operários que trabalham para um consórcio fizeram protesto semelhante, exigindo melhorias no plano de saúde e na cesta básica, aumento de 44 para 46 minutos in itineres (percurso em que os operários ficam em ônibus entre a residência e o local de trabalho, em Carajás), melhores condições de trabalho, reajuste no salário base da categoria, entre outros itens.
A interdição da portaria de acesso a Carajás foi liderada por trabalhadores. A exemplo do protesto realizado no início do mês, nesta segunda-feira centenas de veículos ficaram parados por cerca de quatro horas nas ruas E e F, na rodovia PA 275 e nas transversais, no percurso que vai da Rua 16 à portaria de acesso a Carajás de aproximadamente três quilômetros de extensão.
Por causa do homicídio de um operário ocorrido neste final de semana, no alojamento da empresa, os trabalhadores em protesto exigiram dos empregadores mais segurança para a vida dos operários e de seus dependentes.
Acordo
À reportagem, Eubio César, diretor do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada do Estado do Pará (Sintrapav), informou que, depois de muita discussão, a empresa se comprometeu em atender parte da pauta exigida pelos trabalhadores, mas era necessária a imediata desobstrução da portaria, para que os demais funcionários de empresas que prestam serviço em Carajás pudessem ter o direito de subir e descer a serra.
Uma nova reunião entre sindicato dos trabalhadores e empresa foi marcada para esta quarta-feira (27), quando serão debatidos os itens inclusos na pauta de reivindicação dos trabalhadores.
A liberação da portaria ocorreu por volta das 9h30, com a passagem de veículos subindo e descendo a serra, mas o trânsito na cidade só veio mesmo a se normalizar depois das 11 horas, por causa da quantidade de veículos que estavam parados, a maioria formada por ônibus.
Por se tratar de um problema envolvendo uma terceirizada, a Vale não se manifestou sobre o ocorrido. (Waldyr Silva – Correio Tocantins)




