Moradores que ficaram desabrigados ou desalojados por causa das enchentes começaram a voltar para casa em São Miguel, no Bico do Papagaio. Isso porque o nível do rio Tocantins baixou cerca de quatro metros nos últimos dias.
Por outro lado, ainda há muitos moradores em abrigos públicos na cidade. Há quase 30 dias, a cidade sofre com a cheia. O rio chegou a subir cerca de 11 metros, desabrigando 233 famílias, que estão alojadas em 15 locais fornecidos pela prefeitura.
“A gente retirou esse pessoal para abrigos públicos e a gente tem dado toda a assistência, como alimentação, assistência médica. Fornecemos tanto alimentação pronta, como cestas básicas para aquelas famílias que foram desalojadas e não estão em abrigos públicos”, explicou o coordenador de incidência Paulo da Silva Pereira.
Com essa baixa, a travessia feita de balsa entre São Miguel e Imperatriz voltou a ser feita normalmente. O serviço tinha sido suspenso porque não havia lugar para que a embarcação pudesse ancorar.
Em vários pontos da cidade, a vida começa a voltar ao normal. A principal rua do bairro Bela Vista não está mais alagada, no entanto há muitos estragos causados pela cheia.
O que restou dos móveis está acumulado na frente das casas. Um estabelecimento foi interditado porque pode desmoronar. Mesmo o rio tendo baixado, a orientação da defesa Civil é que as famílias não retornem ainda para as residências.
“Ainda temos o risco de essa água voltar a subir e afetar novamente os moradores. A Defesa Civil está trabalhando na prevenção, tentando conscientizar a população para que não retorne agora até porque juntamente com a Secretaria de Saúde, vai ser iniciado o trabalho de dedetização das residências e das ruas que foram afetadas pela inundação”, explicou o secretário da Defesa Civil, Gustavo Enes.
Mesmo assim, alguns moradores têm retornado. O nível que a água chegou na casa do servidor público Jésser Oliveira está marcado nas paredes. Por 15 dias ele ficou na casa de parentes, mas agora que o rio está baixando, resolveu voltar.
“Não me sinto seguro, mas como a gente está de favor na casa de parentes, eu optei por voltar, na esperança de que o rio não chegue mais ao nível que chegou”, disse.
Nas áreas mais baixas, muitas casas ainda estão tomadas pela água. A dona de casa Joelma Matos o marido e o filho de 4 anos estão em um dos abrigos. Ela conta que não teve tempo de retirar quase nada antes da água subir.
“Está aqui o que eu consegui [retirar]. O meu botijão e a bicicleta do meu filho. Foi o que eu peguei, joguei nas costas e vim. O restante, documento dele, tirei um pedaço pregado no chão”, disse a dona de casa Joelma Matos. (G1)