São Luís e mais três municípios maranhenses ( Santa Luzia, Barreirinhas e Bom Jesus das Selvas) foram alvo da Operação Miquéias, deflagrada pela Polícia Federal, na manhã desta quinta-feira (19). Segundo informações da Assessoria de Comunicação da Polícia Federal do Maranhão, em nenhuma dessas cidades houve mandados de prisão, apenas mandado de condução coercitiva, onde as pessoas envolvidas são interrogadas e logo depois liberadas.
A Polícia Federal não divulgou os nomes das pessoas investigadas, mas informou que foram cinco pessoas: uma em São Luís, outra em Bom Jesus das Selvas, uma pessoa em Barreirinhas e mais duas em Santa Luzia.
Em São Luís, a Polícia Federal terminou a operação e apreendeu dois aparelhos celulares, pen drive, HD e agendas telefônicas. A PF teve ainda acesso aos saldos bancários, extratos e documentos de compra e venda da pessoa investigada na capital. O material apreendido nos outros municípios será trazido para São Luís.
Operação Miquéias
De acordo com a PF, o objetivo da operação, batizada de Miquéias, é desarticular duas organizações criminosas com atuações distintas: uma envolvida em lavagem de dinheiro e a outra acusda de má gestão de recursos de entidades previdenciárias públicas. Essa é a primeira operação da história da PF no combate a esta espécie de crime, segundo a corporação.
A investigação, de acordo com a polícia, começou há um ano e meio para apurar lavagem de dinheiro por meio da utilização de contas bancárias de empresas de fachada ou fantasmas, abertas em nome de “laranjas” ou “testas-de-ferro”.
A PF disse que detectou a existência de um “verdadeiro serviço de terceirização para lavagem do dinheiro proveniente de crimes diversos”. Nos dezoito meses de investigação, a polícia estima que foram sacados mais de R$ 300 milhões de reais nas contas dessas empresas.
Nas investigações foi detectado também pela PF que policiais civis do DF eram responsáveis pela proteção da quadrilha. A polícia descobriu ainda que a organização criminosa aliciava de prefeitos e gestores de Regimes Próprios de Previdência Social para que eles aplicassem recursos das respectivas entidades previdenciárias em fundos de investimentos com papeis geridos pela quadrilha, o que configurava o desvio dos recursos. Os prefeitos e gestores dos regimes próprios de previdência eram remunerados com um percentual sobre o valor aplicado.
Os presos devem responder por gestão fraudulenta, operação desautorizada no mercado de valores mobiliários, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e falsidade ideológica.
Além dos municípios maranhenses, foram confirmadas irregularidades especificamente nos Regimes Próprios de Previdência Social das seguintes prefeituras: Manaus/AM, Ponta Porã/MS, Murtinho/MS, Queimados/RJ, Formosa/GO, Caldas Novas/GO, Cristalina/GO, Águas Lindas/GO, Itaberaí/GO, Pires do Rio/GO, Montividiu/GO, Jaru/RO.




