O ano de 2012 foi de avanços para o setor agrícola paraense. Com a meta de reduzir a pobreza e as desigualdades regionais, o Governo do Estado, por meio da Secretaria Estadual de Agricultura (Sagri) atuou em várias vertentes: fomento à produção, novos projetos e até intercâmbios internacionais para troca de conhecimento e novas tecnologias. “O objetivo do governo foi promover o desenvolvimento rural sustentável, mediante o fortalecimento do agronegócio e da agricultura familiar, em benefício da sociedade”, afirma o titular do órgão, Hildegardo Nunes.
No fomento à produção, o órgão distribuiu mais de 300 toneladas de grãos a 21.680 produtores familiares, num investimento que somou R$ 1,7 milhão. Distribuiu ainda 2.200 quilos de sementes de açaí e cerca de 120 mil sementes de cupuaçu para o fomento dessas culturas. Além das sementes, foram repassados também aos produtores 100 toneladas de fertilizantes químicos, duas mil toneladas de calcário e, ainda, veículos, máquinas e equipamentos, por meio de 24 prefeituras, 60 associações de produtores rurais e 18 sindicatos rurais.
Na produção de grãos, a região do Marajó foi contemplada com o lançamento do Polo de Rizicultura de Várzea. A produção de cacau também ganhou reforço por meio do Programa de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva do Cacau e da distribuição de cerca de 17 milhões de sementes híbridas do fruto, propiciando a incorporação de mais 13 mil hectares de área cultivada e de 1.530 cacauicultores de base familiar ao processo produtivo. “Pela primeira vez todos os produtores interessados em plantar cacau receberam sementes gratuitamente”, informa o secretário, enumerando ainda o Programa de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva da Borracha como mais uma ação do órgão iniciada em 2012, em parceria com o setor agrícola.
Outro projeto lançado foi o “Flor de Maria”, com o objetivo de promover a floricultura e olericultura como alternativas econômicas de ocupação e renda às mulheres em situação de risco. As ações já iniciaram em Santa Bárbara e Ananindeua, envolvendo 68 mulheres. O projeto “Sabores do Pará” foi também outra ação do governo do Estado em 2012. O foco do programa é o aumento da produção e da qualidade de produtos típicos da culinária paraense, envolvendo inicialmente a mandioca e derivados, o jambu, a pimenta de cheiro e o queijo do Marajó.
Os produtos artesanais tiveram, aliás, uma atenção especial. Com o apoio da Sagri foi regulamentada a Lei dos Produtos Artesanais (Lei 7.565, de 25/10/2011), que dispõe sobre as normas para licenciamento, registro e comercialização de produtos artesanais no Pará. “Essa lei é de fundamental importância para legalizar a produção e comercialização da pequena produção artesanal e familiar”, comenta Hildegardo, lembrando que foi iniciado também um projeto piloto em parceria com o Ministério da Agricultura visando a elaboração de um marco regulatório específico para controle da produção artesanal, tendo como foco o queijo do Marajó. O projeto piloto vem sendo realizado junto a 16 produtores de Soure, Salvaterra e Cachoeira do Arari.
Pecuária
Na área da pecuária, destacaram-se o Programa de Melhoramento Genético do Rebanho (Pró-genética) executado em parceria com vários órgãos do setor e o apoio à implantação de um matadouro em Paragominas, o primeiro no Estado habilitado para o abate de pequenos e médios animais. O governo também deu apoio à realização de mais de 30 feiras e eventos agropecuários, investindo R$ 2,2 milhões nessas programações.
Para assegurar a melhoria da produção e da produtividade e, ainda, o escoamento da produção, a Sagri apoiou a mecanização de mais de dois mil hectares de área, através de repasse de recursos a associações de produtores e prefeituras municipais. Apoiou também a recuperação de estradas vicinais em Cachoeira do Arari e Itaituba e investiu em cursos de treinamento para pequenos produtores rurais.
Para melhorar a qualidade do açaí, coordenou o processo de validação do protótipo do equipamento denominado de “Branqueador” a ser utilizado por batedores de açaí para eliminação de impurezas no processamento da fruta e, em parceria com a Embrapa, apoiou o desenvolvimento de novas variedades, tanto de açaí como de cupuaçu. A Sagri realizou ainda oficinas de planejamento para elaboração de um Programa Estadual de Florestas Plantadas. O objetivo é a criação de quatro polos para dar sustentação às indústrias madeireira e siderúrgica e, ainda, promoveu a melhoria do prédio da sede central do órgão, a fim de assegurar melhores condições de trabalho aos servidores.
Internacional
Na agenda internacional, a Sagri investiu em intercâmbios na área agrícola para a formação especializada de seus profissionais. Investidores alemães também manifestaram interesse na implantação de projetos de três mil hectares de abacaxi e de manga regional. Houve ainda o intercâmbio para troca de conhecimento e experiências com a Malásia, a fim de incrementar a produção de dendê. Uma missão daquele país está agendada para avaliar a implantação de 50 mil hectares de dendê em integração com pequenos produtores da Malásia, da China e do Pará.
Entre as diversas ações realizadas pela Sagri em 2012, destacam-se ainda a vinda ao Pará do representante do Salão do Chocolate, no Brasil, para conhecer a produção paraense e prospectar possibilidades de investimento e realização do Salão do Chocolate no Pará, em julho/2013; e estudos para implantação de uma fábrica de chocolate em Tomé-Açu. (Tânia Monteiro)
