Relatório da Polícia Federal elaborado após operação que teve como alvo o governador afastado do Tocantins , Mauro Carlesse (PSL), apresenta diversos indícios de que organização criminosa supostamente comandada por ele e seu sobrinho, Claudinei Quaresemin, teria usado como laranja um refugiado haitiano que trabalhava como pedreiro em Balneário Camboriú.
Ele tinha renda de cerca de R$ 1.000, e extrato bancário em seu nome achado no notebook de Quaresmin exibe saldo de R$ 420 mil.
Em depoimento à PF, Miciale Pierre afirmou que seu contratante em Santa Catarina, Rafael Augusto de Souza, pagava R$ 500 a mais por mês para colocar uma empresa em seu nome, sem dizer o motivo.
O extrato mostra depósitos de até R$ 30 mil feitos pela empresa. O extrato também conta com transações de até R$ 60 mil feitas pela plataforma de pagamentos digitais Linkpay, que, segundo a PF, também era usada por Quaresemin.
O relatório aponta similaridade entre os números dos cartões de Miciale e Quaresemin, o que pode sugerir que sejam titular e adicional.
Boletos bancários que haviam sido apagados do notebook de Quaresemin indicam situações similares de possível uso de laranja: pessoas com pouca renda que constam como pagadoras de boletos de até R$ 75 mil.