Com as cheias dos rios Tapajós e Amazonas, pelo menos quatro municípios da região oeste do Pará já decretaram situação de emergência. Os prefeitos de Alenquer, Monte Alegre, Óbidos e Porto de Moz já expediram decretos nesse sentido. Em Santarém, o nível da água continua subindo e já alcançou na terça-feira (170 1.74, dois centímetros acima da marca registrada na mesma data em 2009, durante a maior enchente dos últimos 20 anos. Com medo de serem surpreendidos pela enchente, alguns comerciantes do centro de Santarém começaram a construir barreiras nas entradas das lojas.
Segundo Wanderley, técnico da Defesa Civil do Estado do Pará, em todos esses municípios há técnicos que estão dando continuidade aos trabalhos e que toda a documentação está sendo enviada tanto para o Estado quanto para Brasília, a fim de aguardar situação de apoio e assistência às pessoas afetadas.
Em Santarém, a Defesa Civil Municipal realiza monitoramento e, se o município decretar situação de emergência, a Defesa Civil do Estado é acionada para auxiliar as pessoas afetadas. Wanderley informou que diariamente é feito o acompanhamento na régua de medição da Agência Nacional da Água (ANA), localizada no porto das Docas do Pará.
Na sessão de ontem da Câmara de Santarém, a vereadora Ivete Bastos (PT) disse que comunidades quilombolas sofrem com a subida dos igarapés afluentes do rio Amazonas. Algumas pontes já estão submersas, impedindo a trafegabilidade nas comunidades de Ipaupixuna, Murumuru e Tiningu, além de Igarapé-Açu. “É uma situação muito caótica e eles (quilombolas) estão pedindo ajuda”.
Oriximiná
Em Oriximiná, o nível do rio Trombetas está subindo de forma muito rápida e já invade a parte mais baixa da frente da cidade, no cruzamento da rua 24 de Dezembro com a travessa Carlos Maria Teixeira. Segundo o secretário de Infraestrutura, Alfeu Carpegianni, já existe material para ser utilizado na construção de pontes no centro comercial.
Para Ivo Matos, chefe da Defesa Civil, a enchente deste ano deu uma trégua, mas retornou agressiva na semana passada, onde o nível da água se elevou em sete centímetros. “Ela (água) subiu um centímetro por dia, é demais, até porque ainda temos dois meses de inverno”.
Outra preocupação é com a zona ribeirinha, que também já está quase toda tomada pela água. Na comunidade de Aparecida, no rio Cachoeira, a locomoção dos moradores de uma casa para outra já está sendo feita somente através de marombas construídas por eles. “A água ainda vai subir bastante”, disse Solange Gomes, moradora da comunidade. (Diário do Pará)




