Estudantes e professores da Universidade Federal do Maranhão – campus Imperatriz – realizaram a 15ª viagem para o município de Alcântara, situado no norte do Maranhão, com objetivo de resgatar a história das comunidades quilombolas da região.
O grupo “ALMA (Alcântara – Maranhão): reescrevendo as histórias das comunidades quilombolas do Maranhão”, formado por estudantes dos cursos de Pedagogia, Direito, Enfermagem e Comunicação Social – Jornalismo da UFMA Imperatriz, além de representante do Centro de Cultura Negra Negro Cosme e da Coordenação de Igualdade racial, realiza atividades em Alcântara há quase três anos.
Uma das metas do grupo é escrever um livro que conte a história e mostre os avanços e tradições das comunidades quilombolas do Maranhão. São dois anos e oito meses de trabalho e a expectativa é que a publicação seja feita no primeiro semestre de 2013.
Para atualizar as informações e buscar novos aspectos para a composição do livro, a viagem do grupo, no mês de setembro, também abriu espaço para revisitação de comunidades. Os pesquisadores foram novamente às comunidades de Castelo, Marudá, Só-assim, Mamuri e Ilha do Livramento. Além da observação, o grupo também recebeu material, escrito pelos próprios moradores, que vão servir também de base para a publicação.
Na última viagem, 11 integrantes do grupo realizaram atividades durante a celebração dos 190 anos de independência do Brasil. O grupo participou de eventos escolares que exaltaram o civismo, principalmente desfiles. As celebrações aliaram a tradição cívica aos saberes populares. “Em um dos desfiles em Alcântara, as crianças participavam do desfile, quando num momento a fanfarra parou e o espaço foi dado ao tambor de crioula”, conta a professora Herli Carvalho, coordenadora do grupo.
Diálogo sobre os conflitos envolvendo os quilombolas
Além de fazer um resgate histórico das comunidades quilombolas, o Projeto Alma tenta, ainda, contribuir para a resolução de problemas sociais dos moradores. Durante a reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência 2012 (SBPC), realizada na UFMA, o grupo participou de uma mesa-redonda com integrantes apresentando diferentes pontos de vista sobre a questão dos quilombolas. Na oportunidade, participaram a coordenadora Herli Carvalho, moradores das comunidades quilombolas, representantes do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) e do Alcântara Cyclone Space (ACS). Os dois últimos fazem parte do projeto de pesquisas espaciais sediado no maranhão.
O maior conflito entre as comunidades quilombolas e o CLA e ACS era a busca por reorganização das terras em Alcântara entre os moradores e o Centro de lançamento. Muitas dúvidas foram esclarecidas durante a mesa-redonda e o melhor resultado, de acordo com a professora Herli, foi o início de um diálogo que deve melhorar a convivência nas comunidades. “ A mesa-redonda serviu para conhecimento das partes e para tirar dúvidas buscando a harmonia em Alcântara”, comemora a professora Herli carvalho. (Ascom – UFMA Imperatriz)




