A greve dos professores de Marabá, no sudeste do estado, completa nove dias nesta terça-feira, 4. Mais de 3 mil professores paralisaram as atividades e cerca de 57 mil alunos estão sem aulas. Na última segunda-feira (3), o prefeito do município pediu para que os professores voltassem às salas de aula, mas o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública no Pará (Sintepp) afirmou que não vai suspender a greve.
Segundo o coordenador geral do Sintepp, Wendell Lima, o sindicato deve entrar nesta terça com uma representação no Ministério Público contra o município. “Nós entendemos que o Ministério Público como defensor dos direitos da sociedade deve intervir no processo de negociação e nós estamos solicitando uma representação onde a gente denuncia o papel do governo municipal”, explica.
A categoria reivindica a garantia do tempo que o professor utiliza para o planejamento de aulas, a garantia de pagamento da gratificação para coordenadores e orientadores pedagógicos, o reajuste no vale-alimentação de R$ 198 para R$ 300 reais, contratação de mais agentes de portaria e Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração da categoria, aprovado em 2011.
Entre as 122 escolas municipais de Marabá, 22 não aderiram a greve dos professores, mas estão liberando os alunos mais cedo por falta de merenda escolar. “Na primeira semana, nós liberamos os alunos na hora do intervalo, e agora nós estamos indo até o quarto horário devido este problema com a merenda. Apesar de ter alguns alimentos na escola, não é o suficiente para fazer a merenda dos alunos”, explica a diretora de um dos colégios do município, Maria da Conceição.
O estudante João Pedro saiu cedo da escola porque faltam professores para algumas disciplinas, e, além disso, ele afirma que a escola está sem merenda. “Essa situação é muito ruim, a gente fica sem estudar e prejudica o nosso futuro”.
Segundo a coordenadora do Departamento de Alimentação Escolar, Amanda Martins, a merenda só não está sendo entregue nas escolas que não estão tendo aula. “As escolas que não aderiram a greve estão nos procurando e nós estamos enviando a merenda diretamente para elas. Como ainda está na movimentação da greve, algumas escolas aderem, outras não, a gente não tem como saber de todas que não estão na greve”.





