Professores da Universidade Federal do Pará (UFPA) paralisam nesta quinta-feira, 19, as suas atividades por 24 horas. Na quarta-feira, 25, ocorre paralisação de todo o serviço público federal no Brasil. A mobilização da categoria hoje acontece em todo o país e busca alcançar melhores salários e condições de trabalho. Durante assembleia geral da Associação dos Docentes da UFPA (Adufpa), ocorrida dia 10, os docentes aprovaram, ainda, indicativo de greve por tempo indeterminado para o dia 15 de maio – o que deverá ocorrer caso o governo federal não cumpra com negociações acordadas com os professores em 2011. A UFPA tem 47 mil estudantes e 2,52 mil professores em todo o Estado, dos quais 1,7 mil fazem parte da Adufpa.
‘Nossas ações são reações à ausência de resposta do governo do que foi deliberado em 2011, quando houve a tentativa de estabelecer um acordo emergencial em função da discrepância das carreiras apresentadas pelo governo federal em contraposição à apresentada pelos professores das instituições superiores visando a unificação das carreiras do ensino básico, técnico e tecnológico e ensino superior, na qual o salário inicial levaria em consideração o mínimo da proposta do Dieese, níveis e classes. As propostas apresentavam grandes conflitos e o governo federal tentou encontrar uma saída: conceder 4% de reajuste salarial, a partir de 1º de março deste ano, e depois incorporar as gratificações correspondentes’, explica a diretora geral da Adufpa, Rosimê Meguins.
Mas, segundo ela, ‘o que se observou foi, ao ser encaminhado para o Congresso Nacional, o acordo não apresentava o reajuste, passou por correção, virou projeto de lei e tramita lentamente. Até agora nada foi feito. Pior que isso é o fato de a Lei Orçamentária Anual (LOA) 2013 ter sido encaminhada sem nenhuma perspectiva de dotação orçamentária para o reajuste do serviço público federal brasileiro. É um desrespeito, não vamos aceitar. Queremos nossos salários dignos para desenvolver nossas atividades e garantir uma universidade pública, gratuita e de qualidade’, afirma Rosimê. As negociações entre o governo federal e os servidores federais acontecem em Brasília (DF). A próxima rodada de negociações deve acontecer em 25 de abril. ‘Baseado na resposta que obtivermos do governo vamos começar a organização da greve’, explicou Rosimê.
A assessoria de comunicação da UFPA esclareceu, em nota, que a universidade funciona nos dias de paralisação e que aderir ao movimento é critério que cabe ao professor, o qual deverá fazer reposição das aulas aos estudantes pelos dias de mobilização. A reitoria da UFPA, por meio de sua assessoria, informa que acompanha as discussões. ‘Confiamos no diálogo entre os sindicatos e o governo federal como caminho para a obtenção de melhores condições de trabalho e remuneração nas instituições públicas de ensino superior’, diz a nota. Contatada, a assessoria de imprensa do Ministério da Educação (MEC) disse que não iria se pronunciar sobre o assunto. (O Liberal)




