Muitos motivos levaram o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Estado do Pará (Sintepp) a decidir pela deflagração da greve da rede municipal a partir da próxima segunda-feira, 26. Professores e servidores vão cruzar os braços por tempo indeterminado. A decisão foi tomada durante assembleia da categoria realizada na quarta-feira de manhã, 21. “Os trabalhadores votaram e, considerando que esgotamos nossas tentativas de negociação, decidiram deflagrar a greve”, afirmou o coordenador do Sintepp, Aldo Rodrigues. “A partir da próxima segunda-feira, vamos paralisar as atividades por tempo indeterminado e continuar com nossa agenda de mobilizações, esperando negociar nossas pautas”, completou.
As reivindicações são diversas e visam atender desde a criação do PCCR da categoria ao pagamento do piso salarial nacional, adicional de insalubridade, gratificação de adicional escolaridade, reajuste do valor do vale alimentação de R$ 220,00 para R$ 500,00, novas eleições para diretores de escolas, cumprimento do estatuto do magistério municipal e reforma das escolas do município. “Já na segunda-feira, vamos realizar um ato público em frente à prefeitura, onde pediremos uma audiência com o prefeito para tentar negociar nossas reivindicações. Mas começaremos a cumprir agenda ainda nesta semana, com visitas às escolas, para comunicar os alunos e responsáveis sobre a greve e os motivos dela”, completou Aldo.
O coordenador da executiva Belém, Maurilo Estumano, acredita que a greve é o último recurso usado pelo Sintepp para negociar com o prefeito Zenaldo Coutinho. Em março, os representantes sentaram com o prefeito, porém as reivindicações foram rechaçadas. “Precisamos convencer o prefeito de Belém que educação também é prioridade. Apesar de a educação não ter sido usada na plataforma de campanha dele, ele precisa investir e de forma urgente”, disse.
Entre as principais revoltas da categoria está a nomeação de pessoas alheias à rede pública de ensino para o cargo de direção das escolas municipais. “Há uma portaria que determina que apenas servidores da rede municipal podem assumir a diretoria das escolas, mas isso não está sendo cumprido. Hoje, há mais de 40 pessoas ocupando o cargo de direção sem fazer parte da rede municipal de ensino”, denunciou Maurilo.
A categoria estava em estado de greve desde o ano passado. Ao todo, a rede de ensino de Belém conta com 24 mil servidores. Com a decisão, os professores de Belém se tornam mais um grupo a somar o protesto dos trabalhadores da educação que ocorre em todo o Estado, como nos municípios de Ananindeua, Barcarena e Abaetetuba, onde os servidores da rede de ensino municipal e estadual também cruzam os braços.Em nota, através da assessoria de comunicação, a Semec informa que paga a remuneração do professor da educação básica (ensinos fundamental e médio) maior do que o piso nacional anunciado pelo Ministério da Educação, que é de R$ 1.697, 00. Segundo a nota, “o professor com 40 horas semanais passou a ganhar R$1.918,60 de piso somado às vantagens, ou seja, 100% de escolaridade, regência de classe e abono salarial chega a R$ 4.239,73 para o recém-concursado”.
(Diário do Pará. Foto: Thiago Gomes)




