O Ministério Público Estadual (MPE) abriu procedimento preparatório para apurar o envolvimento do secretário afastado de Governo e de Meio Ambiente e Serviços Públicos de Palmas, Pedro Duailibe, com Rosilda Rodrigues dos Santos, a ex-assessora da deputada estadual e primeira-dama de Palmas, Solange Duailibe, que teria recebido R$ 120 mil do grupo de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, conforme indicam gravações feitas pela Polícia Federal é na operação Monte Carlo.
O promotor Adriano Neves confirmou que se julgar necessário pedirá também a quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico dos envolvidos no caso para investigar se dinheiro depositados na conta de Rosilda seria produto de atos ilícitos e qual seria o envolvimento de Solange no caso.
As gravações feitas pela PF revelam o tesoureiro da Delta Construções S/A, Rodrigo Dall Agnol, passando os dados bancários de Rosilda a Geovani Pereira da Silva, apontado pela PF como o responsável pela contabilidade do grupo de Cachoeira, fazer o depósito. A divulgação revela a existência de uma procuração em que Rosilda dá totais poderes para Pedro Duailibe movimentar contas bancárias em nome dela aumentou as suspeitas do MPE. “Todas as medidas jurídicas serão tomadas para desvendar o fato”, alega o promotor.
Neves também é o responsável pela ação que pede a anulação do contrato feito entre a prefeitura de Palmas e a Delta, de prestação de serviços de coleta de lixo e limpeza pública. Conforme inquérito feito pela PF, a Delta teria apresentado documentos falsos que garantiram à empresa participar e vencer a licitação, no valor de quase R$ 72 milhões. A Delta mantém relação com a prefeitura de Palmas desde o início da gestão do prefeito Raul Filho. De 2006 até agora pelo menos seis contratos com dispensa de licitação foram feitos entre o município e a construtora que chegam a mais de R$ 50 milhões.
Procuração
Existia uma procuração, datada de 5 novembro de 2008, em que Rosilda dá totais poderes para Pedro Duailibe movimentar contas bancárias em nome dela. Na tarde do último sábado, em uma nota divulgada pela assessoria de imprensa da Prefeitura de Palmas, Pedro Duailibe assumiu que era para ele o depósito de R$ 120 mil feito na conta de Rosilda por membros do grupo de Carlinhos Cachoeira, conforme aponta a PF. Pedro Duailibe diz que o depósito é referente à venda de uma retroescavadeira que teria negociado com a empresa Miranda & Silva Terraplanagem Ltda. Ele argumenta que o depósito não foi feito em sua conta pessoal porque seria avalista de uma ação de execução e que por isso ele usava a conta de Rosilda para movimentações financeiras de valores maiores.
A assessoria de imprensa de Solange Duailibe disse que a deputada não iria se manifestar sobre o assunto. Na prefeitura, a informação é que o prefeito Raul Filho falará sobre o caso em cerimônia no paço municipal na manhã desta terça-feira, 15.
Escutas
Interceptações telefônicas feitas pela PF, na operação Monte Carlo, mostram o tesoureiro da Delta Construções S/A, Rodrigo Dall Agnol, pedindo para que Geovani Pereira da Silva faça um depositar R$ 120 mil na conta bancária de Rosilda Rodrigues dos Santos, que na época exercia cargo de assessora da deputada estadual e primeira-dama de Palmas, Solange Duailibe. Dez dias depois do surgimento da denúncia, Pedro Duailibe, irmão de Solange, que ocupa o cargo de secretário de Governo e responde pela Secretaria de Meio Ambiente e Serviços Públicos, assumiu que o dinheiro era dele seria o pagamento de uma retroescavadeira que ele vendeu para a empresa Miranda & Silva Terraplanagem Ltda. O MPE abriu procedimento preparatório para investigar o caso. (Jornal do Tocantins)




