Nove pessoas foram presas ontem pela Polícia Federal, durante a operação Desvio de Conduta, suspeitas do crime de tráfico interestadual de drogas e associação para fins de tráfico. Outros cinco mandados de busca e apreensão foram cumpridos pela polícia. Um dos presos é servidor do Hospital Geral de Palmas (HGP), e a polícia suspeita que ele desviava medicamentos da unidade para fabricação dos entorpecentes.Os mandados foram cumpridos em Palmas, Paraíso do Tocantins, Cariri, Gurupi e Goiânia (GO). Os nomes dos presos não foram divulgados pela polícia, pois o processo tramita em segredo de Justiça na 4ª Vara Criminal de Palmas.
Segundo a Polícia Federal, as investigações revelaram que a organização criminosa era responsável por abastecer usuários de Palmas e de cidades circunvizinhas. Um laboratório clandestino, destinado a transformar a pasta base em cocaína e também em crack, foi localizado pela polícia, que constatou que no local a cocaína recebia outros produtos para aumento de quantidade e do lucro dos criminosos. Alguns desses produtos, conforme constatou a PF, vinha da farmácia do HGP. O servidor preso na operação seria responsável por desviar os produtos químicos e repassá-los aos traficantes. Foi o envolvimento deste servidor que originou o nome dado à operação.
A PF revelou ainda que alguns dos membros da quadrilha são pessoas que estão detidas em presídios dos estados do Tocantins e de Goiás e que, de dentro deles, continuam traficando com a ajuda dos integrantes que estão em liberdade.
Apreensão
Cerca de três quilos de pasta base de cocaína e dois quilos da mesma substância foram apreendidos durante as investigações.
Segundo os próprios presos disseram à PF, a droga seria transformada em cocaína e crack na capital tocantinense e em seguida “batizada”, para aumentar sua quantidade em até duas vezes. Cada quilo de pasta base poderia ser transformado em até três quilos de cocaína e/ou crack. Essa é a segunda grande operação da PF,realizada neste ano destinada ao combate ao tráfico de drogas no Tocantins. A primeira – Candy Shop – ocorreu em março passado e dez pessoas foram presas. O julgamento dos envolvidos aconteceu em maio.
HGP
A assessoria de imprensa do HGP informou ao JTo que, até o fechamento desta edição, a direção do hospital ainda não havia sido comunicada oficialmente sobre a prisão do servidor e os desvios de medicamentos da farmácia. Ainda segundo a assessoria, somente após a notificação, o HGP estudará as providências a serem tomadas neste caso.
Crimes
Os envolvidos estão sendo indiciados pelos crimes de tráfico interestadual de drogas e associação para fins de tráfico (arts.33 caput, 33 parágrafo 1º inciso I e 35 c/c 40, inciso V, da Lei nº 11.343/06, c/c artigo 69 do Código Penal Brasileiro). Se condenados, as penas por estes crimes variam de 9 anos e 4 meses a até 41 anos e 8 meses. (Jornal do Tocantins)




