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sexta-feira, dezembro 5, 2025
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Partido de Siqueira Campos recebeu R$ 3,8 Milhões de grupo ligado à Cachoeira

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Sócio do contraventor Carlinhos Cachoeira e do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), o empresário Marcelo Henrique Limírio doou R$ 300 mil para o Comitê Financeiro Único do PSDB no Tocantins, partido do governador Siqueira Campos, conforme revelou consulta feita pelo CT ao site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A pesquisa informou ainda que o depósito da doação foi feito em dinheiro no dia 29 de outubro, ou seja, após as eleições de 2010.

A revista IstoÉ desta semana traz reportagem que aponta ligações do Limírio com o bicheiro Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e o senador Demóstenes, que estão sendo investigados pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo. O esquema de Cachoeira é suspeito de crimes como contrabando, exploração de jogos de azar, corrupção e lavagem de dinheiro.
Conforme a IstoÉ, as investigações da PF apontaram que Limírio é sócio de Cachoeira no Instituto de Ciências Farmacêuticas (ICF), que produz testes laboratoriais e faturou R$ 10 milhões em 2010. A revista ainda informou que o empresário ainda é sócio do senador Demóstenes Torres no Instituto de Nova Educação, faculdade criada em Contagem (MG).

A revista ainda publicou que Cachoeira criou o laboratório Vitapan, com sede em Anápolis (GO), que foi uma espécie de cartão de visitas do bicheiro para se infiltrar em governos estaduais e municipais. Hoje, de acordo com a IstoÉ, a empresa está avaliada em R$ 100 milhões, tem convênios até com a Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, e está associada a outros grandes do setor, como a Neo Química, que está nas mãos do grupo Hypermarcas, do empresário Marcelo Henrique Limírio, e o laboratório Teuto Brasileiro.

A IstoÉ informou ainda que obteve a íntegra do inquérito da Operação Monte Carlo, que resultou na prisão do bicheiro. Conforme a revista, são quase 15 mil páginas, reunidas em 40 volumes e duas dezenas de apensos, além de 11 mil horas de gravações, que apontam “não só as relações promíscuas do esquema do bicheiro com autoridades nos três níveis de poder como esmiúça um império de empresas criadas com a finalidade de corromper em todo o País, desviar verbas, fraudar licitações e lavar o dinheiro ilegal”.

Conforme a revista, o levantamento deixa claro que o grupo de Cachoeira age há pelo menos 16 anos e foi capaz de ultrapassar diversos governos e tonalidades partidárias. “Aqui come todo mundo, cara. Se não pagar pra todo mundo não funciona. Eu tô nisso há 16 anos!”, sintetiza Lenine Araújo de Souza, o braço direito de Cachoeira, em diálogo gravado pela Polícia Federal e reproduzido pela revista.

As doações para Siqueira

No total, as doações para a campanha de Siqueira Campos de pessoas e empresas com supostas ligações com Cachoeira já totalizam R$ 3,8 milhões, todas ocorridas depois das eleições de 2010. O empresário Rossine Aires Guimarães, 48 anos, apontado nas investigações da operação Monte Carlo como uma espécie de sócio de Cahoeira, doou R$ 3 milhões, no dia 15 de outubro de 2010, através de transferência eletrônica. A JM Terraplenagem e Construção doou outros R$ 500 mil no dia 27 de outubro, também por transferência eletrônica. Outra doação foi esta do empresário Marcelo Henrique Limírio, de R$ 300 mil, no dia 28 de outubro, depositado em espécie, segundo o site do TSE.

Na semana passada, a TV Record divulgou que o governador Siqueira Campos (PSDB) esteve pessoalmente com o contraventor Carlinhos Cachoeira. O encontro veio a público quando a emissora divulgou uma conversa gravada pela Polícia Federal entre Cachoeira e Gleyber Ferreira Cruz, um dos sócios do bicheiro flagrado na Operação Monte Carlo e que também está preso. Na conversa, Cachoeira diz que tem um encontro marcado com o governador Siqueira Campos, e que essa era a hora de tratar dos assuntos envolvendo Deuselino Valadares, que na época era chefe da Polícia Federal de Goiânia e também envolvido com o bicheiro.

Siqueira e o suplente de senador Ataídes Oliveira, que teria apresentado o contraventor ao governador do Tocantins, afirmaram em nota que o encontro foi casual num prédio em Goiânia.

A doação de R$ 500 mil da JM Terraplenagem e Construção foi citada numa conversa gravada pela PF entre Cachoeira e o diretor afastado da Delta, Cláudio Abreu. O contraventor cobra de Abreu os R$ 500 mil dados à campanha de Siqueira, mas manda Abreu deixar para lá quando se lembra de que o dinheiro seria pago “com aquele trem lá”, o que, supostamente, seria a entrega do serviço de inspeção veicular do Estado ao grupo.

Rossine, proprietário da Construtora Rio Tocantins (CRT), que também tem o nome de Construtora Vale do Lontra, recebeu do governo do Tocantins R$ 234.444.617,62, nas últimas três gestões – a gestão do ex-governador Marcelo Miranda, em 21 meses, desembolsou R$ 74,7 milhões; em apenas 15 meses de administração, Gaguim superou os outros dois governantes e pagou ao suposto sócio de Cachoeira R$ 140,6 milhões; e, em 2011, o governo de Siqueira Campos pagou R$ 19,1 milhões. As relações de Rossine com o governo do Tocantins estão sendo investigadas agora pelo Ministério Público Estadual.

O secretário de Relações Institucionais, Eduardo Siqueira Campos, disse que a construtora JM Terraplenagem e Construção não tem qualquer contrato com o governo.

Contudo, a principal construtora citada no esquema de Cachoeira, a Delta, foi beneficiada no ano passado com um contrato, sem licitação, de R$ 14.695.596,17 para obras em Paraíso. A contratação ocorreu através da portaria de emergência nas estradas do Tocantins. Essa contratação e de outras construtoras está sendo questionada em ação do MPE.

Tocantins na rota do bando

Conforme o site do jornal O Estado de S.Paulo divulgou também semana passada, o Tocantins é um dos Estados onde empresas ligadas a Cachoeira atuavam, num esquema que movimentou pelo menos R$ 400 milhões nos últimos seis anos.
Ainda segundo O Estadão, o organograma feito pela polícia aponta que Cachoeira e outras oito pessoas do seu círculo íntimo de parentes e amigos expandiram a estrutura do grupo para além de Goiás e do entorno do Distrito Federal, onde concentraram a atuação. A maior parte das companhias ativas (30) opera em Goiás e no Distrito Federal, mas o grupo também mantém empresas em São Paulo (2), Paraná (2), Rio de Janeiro (1), Minas Gerais (1) e Tocantins (1). O grupo também já teve operações em Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

O Estadão divulgou ainda nesta segunda-feira, 23, um relatório produzido pela Receita Federal durante as investigações da Operação Monte Carlo revelando que, além dos indícios de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro, a organização criminosa de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, teria acumulado um patrimônio de cerca de R$ 30 milhões. Cachoeira é um dos alvos da CPI criada pelo Congresso. Em Palmas, três salas comerciais estariam ligadas ao esquema do contraventor.

PMDB

Na consulta feita ao site do TSE também foi constatado que o Comitê Financeiro Único do PMDB, partido do ex-governador Carlos Henrique Gaguim, recebeu, através de transferências eletrônica no dia 1º de outubro de 2010, R$ 500 mil da Construtora Vale do Lontra.

Rossine Aires Guimarães é dono de 82% das ações da empreiteira e é um dos homens apontados pela Polícia Federal em um dos inquéritos da Operação Monte Carlo como sócio de Cachoeira. O empresário também seria sócio de Gaguim.

A mesma pesquisa ainda constatou que, além dos R$ 500 mil doados pela empreiteira, o próprio empresário é duas vezes citado como doador de campanha do PMDB. Conforme o site do TSE, foram dois cheques, um de R$ 500 mil e outro de R$ 7 mil, doados ao Comitê no dia 21 de setembro de 2010. As doações de Rossine e da Construtora Vale do Lontra a Gaguim somam R$ 1,007 milhão. (Portal CT)

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