Com previsão de que até o próximo dia 30 as águas do Rio Tocantins já tenham subido 10 metros acima do nível normal, colocando a cidade em estado de alerta, a Comdec (Coordenação Municipal de Defesa Civil) já está tomando providências em relação à assistência à população que será afetada. Segundo o diretor do órgão, Joab Barbosa Pontes, a partir desta terça-feira (25), a Comdec, SMS (Secretaria Municipal de Saúde), Sevop (Secretaria Municipal de Viação e Obras Públicas) e Semac (Secretaria Municipal de Assuntos Comunitários) estão realizando um mutirão para coletar o lixo das áreas mais baixas da cidade.
“Orientaremos as pessoas para que retirem o lixo de suas casas, deixem em suas portas e nós recolheremos. A fim de diminuir os estragos causados pela cheia. Principalmente com o entupimento de bueiros e galerias”, antecipou.
Antes da ação em cada setor, os moradores-alvos são avisados por meio de carro de som, que orientam a ação. Ontem (24) o aviso foi dado no bairro Liberdade, onde a ação conjunta está acontecendo hoje (25) desde as 8 horas. Amanhã (quarta-feira) o Santa Rosa será contemplado com a coleta; e quinta-feira e sexta-feira a Folha 33 receberá o mutirão.
Abrigos
Segundo Joab, o órgão solicitou que sejam erguidos apenas quatro abrigos este ano, a fim de facilitar a assistência aos desabrigados. “Um número menor de abrigos facilita a assistência às famílias atingidas”, afirmou ele, acrescentando que, em anos anteriores, foram feitos até 32 abrigos e, no ano passado. Este ano, o número diminuiu para 12. “Agora, em 2011, pretendemos dar um auxílio melhor, por isso vamos concentrar as famílias em um abrigo grande e três menores”, contou.
Pontes explicou que o maior abrigo será fixo e construído na Folha 16, no local onde seria edificado o novo estádio, ao lado do Ginásio Olímpico Renato Veloso, e será fixo. “Visando a um atendimento eficaz em caso de alerta e emergência, solicitamos que esse abrigo seja permanente”, disse, explicando, também, que a obra deve começar logo.
O abrigo deverá acolher 300 famílias, ficando, cada uma alojada em um cômodo de 16 metros quadrados. O chão será de concreto, as paredes em compensado e, para o telhado, serão utilizadas telhas ecológicas. Os outros abrigos, menores e desmontáveis, ficarão situados nos bairros Laranjeiras, Liberdade e São Félix. Todos em terrenos emprestados por particulares, já que, segundo Joab, a prefeitura não tem áreas onde construir mais abrigos fixos.
Ele conta, ainda, que, no ano passado, foram gastos R$ 250 mil com montagem de abrigos e muitos dos moradores provisórios levaram os materiais quando voltaram para casa, causando prejuízo à PMM. Em razão disso, a solicitação do abrigo fixo foi aprovada inclusive pelo Ministério das Cidades, por meio de contato com a Defesa Civil Estadual. Assim, a prefeitura já providencia licitação que deve escolher a empresa responsável pela construção.
Previsão
Joab Pontes esclarece que, como o período chuvoso da região se estende até junho e as cheias em Marabá dependem das chuvas de outros estados como Mato Grosso, Goiás e Maranhão, com os quais a Comdec mantém contato com a finalidade de obter informações, não há como ter uma previsão em longo prazo.
Por isso, elas são atualizadas, no mínimo, de cinco em cinco dias. Contudo, conforme conta o coordenador do órgão, as informações passadas pela Eletronorte, pelas quais eles se baseiam, até ontem não havia se concretizado. “Ainda bem que ela [Eletronorte] não acertou nas previsões. Mas está dentro do normal. Em seus levantamentos, a diferença é de menos de 60 centímetros do real”, sublinhou.
Segundo o coordenador da Defesa Civil, um funcionário do órgão disse em um meio de comunicação local, que não haverá enchente na cidade este ano, mas Joab contesta: “Não podemos afirmar isso. Somos técnicos e estamos nos preparando, nos baseando em informações que nos foram passadas, que é de 10 metros no dia 30 de janeiro”, alertou.
Perguntado a respeito de quantos metros são necessários para desalojar os moradores das primeiras áreas invadidas pelas águas, ele afirma que até 9,30 metros não é risco para cidade, já que ninguém fica desabrigado. Mas, ao chegar aos 10 metros, 22 famílias têm suas casas inundadas. É aí que começa a ação da Comdec. (Correio Tocantins)




