Os tucanos adiaram mais uma vez o anúncio do candidato ao governo do Estado, previsto para acontecer neste domingo, 25,. Agora, fontes do partido já falam no dia 30 deste mês como data limite para a divulgação do nome e há até quem defenda que o anúncio fique para o ano que vem.
A divulgação do candidato tucano é esperada ansiosamente pelos adversários, mas principalmente por possíveis aliados que temem uma revoada de legendas rumo à aliança com o PT da governadora Ana Júlia Carepa. Envolvido em uma acirrada disputa interna, o PSDB não está conversado com lideranças de outras legendas enquanto o PT já dá como certas alianças com sete partidos (PC do B, PRB, PR, PDT, PSB, PTB e PP, este aliado histórico dos tucanos).
A versão oficial para o adiamento é a viagem de parte da cúpula tucana para fora do País, caso do senador Tasso Jereissati (CE), que está nos Estados Unidos, e do próprio presidente nacional da legenda, senador Sérgio Guerra (PE), que está em Los Angeles e tem entre seus compromissos assistir a uma luta de vale tudo como o paraense Lyoto Machida.
Nos bastidores, contudo, as informações são de que a pesquisa de intençõesde voto encomendada pelo PSDB não conseguiu apontar dentro do partido uma liderança incontestável, que, com isso, acabasse por convencer os demais a aceitarem a candidatura o que dificultou as negociações. Na pesquisa encomendada pelos tucanos, os ex-governadores Simão Jatene e Almir Gabriel estariam empatados em terceiro lugar, atrás da governadora Ana Júlia, em segundo, e do deputado federal Jader Barbalho (PMDB), em primeiro.
Na sexta-feira, o senador Mário Couto viajou para Caldas Novas, município a 300 quilômetros de Brasília. Considerado um paraíso das águas quentes, a cidade é apontado como lugar ideal para quem quer esfriar a cabeça.
Almir
Em entrevista por telefone, o ex-governador Almir Gabriel disse que a cúpula dos tucanos já trabalha com três datas para o anúncio do candidato. “Pode ser entre outubro e dezembro, em janeiro ou apenas em março. Essa decisão levará em conta o cenário em todo Brasil e não apenas no Pará”, disse. O ex-governador afirmou que a disputa interna não é um problema, mas uma “vantagem extraordinária”. “Ruim é o partido que só tem um candidato, para tudo quanto é lugar”, disse. A ironia tem endereço certo: o deputado federal Jader Barbalho (PMDB), que aparece em primeiro nas sondagens, tanto nas pesquisas para governador quanto para senador.
Ao ser indagado sobre as informações de que seria candidato, Almir garantiu que não. “Estou apoiando o Mário, como seria candidato?”. Em seguida, lembrou a frase atribuída ao político minero Magalhães Pinto. “Política é como nuvem, cada vez que se olha está de um jeito”.
O ex-governador afirmou que está trabalhando pela unidade dos tucanos e garantiu não ter conhecimento das pesquisas que o apontariam em terceiro lugar. Encomendada pelo PSDB, a pesquisa foi divulgada, entre outros, no blog do presidente do DEM, deputado federal Vic Pires Franco, provável aliado dos tucanos. “Acho estranho que o Sérgio (Sérgio Guerra presidente do partido) não me chame para mostrar a pesquisa. Me espanta que o Vic saiba e eu não”.
Pinto: não se fixa data para a política
O deputado federal Nilson Pinto está entre os que defendem que o partido deixe de prever datas para o anúncio do candidato. “Não se fixa data para o processo político”, diz ele, afirmando que nos últimos dias as conversas avançaram. “As coisas estão ficando mais claras. Estamos caminhando rumo a um entendimento”.
Nilson Pinto disse não acreditar que a demora em definir o candidato possa atrapalhar as alianças para o ano que vem. Isso porque, segundo ele, só após março de 2010 é que os acordos serão realmente fechados. “Achar que uma decisão agora traria para junto de nós partidos que estão com o governo é desconhecer o processo político”.
Defensor da candidatura de Mário Couto, o deputado tucano afirma que, independente do candidato, estará na linha de frente da campanha. “Acho o Mário mais aguerrido e por isso mais competitivo. Mas se o partido entender de outra forma, acompanharei a decisão. O mais importante é manter a unidade”.
O ex-governador Simão Jatene e o presidente do PSDB no Pará, senador Fernando Flexa Ribeiro. também foram procurados, mas não atenderam às chamadas da reportagem. (Diário do Pará)




