Policiais civis, da DRFVA – Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos Automotores, sob comando da delegada Rosamalena Abreu, apresentaram a jornalistas, na segunda-feira, 15, seis homens presos durante a operação “Mira Alta”. Eles fazem parte de uma quadrilha especializada em roubar veículos na Região Metropolitana de Belém, entre caminhonetes Toyota Hilux e L-200, além de motos, entre outros. Em seguida, os veículos eram enviados para Altamira, sudoeste do Pará, de onde eram revendidos, com documentos adulterados, em cidades da região e até fora do Estado. O esquema era liderado pelo comerciante Fabrício Carvalho Carneiro, 27 anos, que era responsável em encomandar os roubos ao assaltante Ulisses Andrade da Silva, 28. Este, por sua vez, articulava os roubos com os comparsas Waldete da Silva Júnior, 35; Edivan Prestes de Souza, 27; Márcio José Chaves Maia, 29, e Anderson Gonçalves de Jesus, 23. Todos foram presos na última quinta-feira, através de mandado de prisão temporária. Fabrício foi preso em Altamira e os demais em Belém e Ananindeua.
Neste domingo, a delegada conseguiu a decretação da prisão preventiva dos acusados, por intermédio do juiz Cristiano Magalhães, do Fórum Criminal da Comarca da Capital. A delegada explica que as investigações sobre a atuação da quadrilha tiveram início no final do ano passado, quando a equipe da DRFVA, unidade vinculada à DRCO (Divisão de Repressão ao Crime Organizado), verificou um aumento do número de boletins de ocorrências de roubos de caminhonetes tipo Toyota Hilux. “Era uma média de duas por semana”, explica a delegada. A partir daí, as informações relatadas pelos donos dos carros passaram a ser investigadas. Os policiais apuraram que, em todos os casos, os bandidos agiram da mesma forma. “Eram sempre três homens em uma moto, usando capacete para dificultar o reconhecimento”, detalha a policial. Em um dos roubos, um dos bandidos não chegou a usar capecete e, assim, foi identificado. Depois, os veículos eram levados, por terra e de balsa, até Altamira, onde Fabrício pagava entre 5 a 6 mil reais aos ladrões por veículo.
Em seguida, o comerciante adulterava os chassis e “esquentava” documentos com os dados falsificados dos veículos. Cada carro era vendido por até 40 mil reais. Foi o caso de uma caminhonete Hilux recuperada na sexta-feira passada, em Altamira. O veículo foi comprado por um comerciante da cidade por R$ 40 mil. A compra, segundo alegou o comprador, foi de boa-fé, pois Fabrício apresentou os documentos do carro. A caminhonete estava com adulteração na numeração do chassi impressa no vidro dianteiro do carro. Fabrício revendeu carros roubados em municípios como Altamira, Itaituba, Anapu e Uruará, sudoeste do Pará, e até para fora do Estado. Rosamalena Abreu salientou que as investigações avançaram depois que um homem foi preso, em janeiro deste ano, pela equipe do delegado Eder Mauro, do Grupo de Polícia Metropolitana, em Belém, por receptação de carro roubado. Ele apontou nomes de envolvidos na quadrilha.
Há ainda outros cinco bandidos a serem investigados. Dentre estes, um em Altamira. Dois deles já estão com prisões preventivas decretadas. Os demais terão suas custódias solicitadas ao Poder Judiciário. Durante a operação, uma caminhonete L200, roubada em 19 de junho de 2009, e uma moto, roubada em dezembro passado, foram recuperados. Os veículos foram encaminhados para perícia no Centro de Perícias Científicas Renato Chaves. A delegada salienta que, no momento das prisões de Márcio José e Anderson de Jesus, 85 gramas de pasta de cocaína e um revólver calibre 32 municiado foram apreendidos com os presos. Por isso, os dois vão responder, além dos roubos de veículos, por tráfico de drogas e porte ilegal de arma. Todos irão responder pelos crimes de formação de quadrilha e roubo. O comerciante também foi enquadrado por falsificação de documento público, adulteração de veículos e receptação. Todos permanecerão recolhidos em uma unidade do Sistema Penitenciário do Estado à disposição da Justiça. As investigações prosseguem.




