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sexta-feira, dezembro 5, 2025
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PARÁ: Investimento de R$ 14 milhões revitaliza bairro mais antigo de Marabá

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O governo do Pará, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Regional (Sedurb), está revitalizando o bairro Francisco Coelho, o mais antigo da cidade de Marabá e conhecido como Cabelo Seco, município do sul do Estado. A obra utiliza recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e beneficiará dezenas de famílias que sofriam com as cheias dos rios Itacaiúnas e Tocantins.

O investimento ultrapassa R$ 14 milhões, incluindo construções de casas, praça com espaço para atividades culturais e de lazer, urbanização completa da orla e de vias, além de projetos sociais que visam gerar emprego e renda para a comunidade local. O objetivo, segundo João Xavier, assessor técnico da Sedurb e fiscal da obra pelo PAC, é valorizar a comunidade a partir do próprio perfil socioeconômico.

O projeto é grandioso. No canteiro de obras, 171 operários atuam em várias frentes de trabalho. Materiais de construção como tubos de concreto, lajes pré moldadas e andaimes em madeira, são fabricados no município. Essa condição, segundo o mestre de obras Alfredo Rocha Soares, amplia o número de vagas e barateia a obra. As casas serão distribuídas em dez blocos de alvenaria, seguindo o padrão de habitação popular com dois quartos, sala, cozinha e banheiro.

A primeira fase, prevista para ser entregue em março de 2010, está sendo concluída, faltando apenas os detalhes do reboco e pintura. Para a próxima etapa, o consórcio que assina os projetos de engenharia e arquitetura vai preparar as mulheres da comunidade do bairro para trabalharem no local. “O curso para as mulheres deve começar no início do ano”, informou Alfredo Rocha, que já conta com o trabalho de três mulheres na função de pedreiro, ajudante de pedreiro e agente administrativo. “E elas são ótimas!”, ressaltou.

Mudança

A obra no bairro do Francisco Coelho vai mudar a realidade de dezenas de famílias. Segundo João Xavier, o governo do Estado está tendo a preocupação de não entregar apenas a obra física, mas também a documentação oficial dos imóveis. Para isso, um trabalho minucioso de regularização fundiária está sendo desenvolvido por técnicos da Universidade Federal do Pará (UFPA). Já a Sedurb trabalha no processo social de identificação socioeconômica das famílias que devem receber as casas.

O objetivo é reunir os grupos em cooperativas e associações de trabalhadores para que as famílias movimentem a economia local aproveitando o potencial econômico da obra, como pontos de estacionamento, quiosques e os complexos de esporte e cultura. Por enquanto, somente 48 famílias que moravam na área antes da obra estão selecionadas para receber os imóveis. A Sedurb tem outro cadastro de reserva, com 32 nomes, que ainda aguardam o fim da avaliação socioeconômica.

Outra mudança significativa é a determinação do governo em garantir mais qualidade de vida para os moradores da área. Durante visita ao local, a governadora Ana Júlia Carepa assumiu esse compromisso.

O bairro Francisco Coelho é um dos mais carentes de Marabá. O local também ficou famoso com as zonas boêmias e pelo envolvimento de crianças e adolescentes com o uso de drogas. “Por isso, dá muito orgulho em estar trabalhando na reconstrução de um bairro e de vidas de pessoas esquecidas. Aqui temos a verdadeira vontade política de mudar a realidade pobre de uma comunidade”, enfatizou Abdoral Lima Rocha, técnico em segurança do trabalho, que acompanha a execução da obra.

Importância

O bairro Francisco Coelho está localizado próximo à junção dos rios Tocantins e Itacaiúnas, um área muito atingida pelas enchentes anuais. As famílias mais antigas recordam histórias de sofrimento devido à perda de objetos pessoais, móveis e de anos de trabalho. O bairro, que tem uma importância histórica na Velha Marabá (ou Marabá Pioneira), foi formado por comunidades de pescadores, lavadeiras e remanescentes de quilombos.

Essa característica contribuiu para o bairro ser incluído no cronograma da obra de revitalização, que segundo João Xavier tem duas finalidades: aliviar os impactos das águas dos rios que banham a cidade e promover a melhoria da qualidade de vida dos habitantes mais carentes, uma das prioridades do governo do Estado.

Empregos

A revitalização do bairro se tornou um campo de oportunidades de trabalho para a comunidade local e de municípios vizinhos. O consórcio que administra a obra ofereceu cursos e treinou mão de obra. A revitalização mobiliza 171 operários, principalmente carpinteiros, pedreiros e ajudantes de pedreiro, cujos salários variam entre R$ 520,00 e R$ 730,00.

Três mulheres estão entre os operários contratados, duas nas funções de pedreiro e servente. A mais antiga na profissão é Edilene Baia de Farias, 24 anos, que começou a trabalhar como servente de pedreiro num canteiro de obras no município de Tucuruí, e depois veio para Marabá atraída pela reconstrução do bairro. “É um sonho estar aqui. Eu tenho muito orgulho em saber que pessoas pobres como eu vão ganhar uma casa que ajudei a construir”, disse ela.

Desempenhando a função de pedreiro, Ademildes Correia disse que não está arrependida por ter escolhido uma profissão que exige tanto esforço físico. Uma colher de pedreiro cheia de cimento e areia pesa em média um quilo, e a operária faz inúmeros movimentos repetitivos durante horas de trabalho. “Mas eu não desanimo. Estou estudando firme, pois meu sonho é ser engenheira civil”, contou Ademildes.

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