As frentes contra a divisão do Estado decidiram unir forças e vão trabalhar juntas na campanha para o plebiscito. Em reunião na última quinta-feira, ficou acordado que o deputado federal licenciado Zenaldo Coutinho (PSDB) presidirá a frente contra a separação do Estado de Carajás. Já o deputado estadual Celso Sabino (PR) será o presidente da frente que irá focar seu desempenho contra o Estado do Tapajós. No entanto, segundo os dirigentes das frentes, os dois movimentos estarão divididos apenas no papel, pois trabalharão em conjunto. O plebiscito que vai consultar a população sobre a criação dos dois novos Estados será no dia 11 de dezembro.
A decisão de criar frentes específicas conta a criação do Estado do Tapajós e Carajás foi baseada na resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), submetida à audiência pública no último dia 5 de agosto. Um dos itens da resolução indica que poderão ser formadas até quatro frentes, sendo duas contra e pró-Carajás e duas contra e pró-Tapajós. Zenaldo Coutinho já vinha lutando contra a divisão do Estado na Frente Suprapartidária Contra a Divisão do Pará, enquanto Celso Sabino coordenava a Frente em Defesa do Pará contra a criação dos Estados do Tapajós e Carajás. Agora, cada frente vai lutar contra a criação de um dos Estados, embora ambas sejam contrárias à divisão.
O presidente da Associação Comercial do Pará (ACP), Sérgio Bitar, que integra a frente comandada por Coutinho, afirma que as frentes irão unir esforços para evitar que o Estado seja dividido. ‘As duas campanhas terão a mesma identidade, as mesmas cores, até porque vamos trabalhar com as mesmas empresas de publicidade. Na próxima segunda-feira, já temos uma reunião para discutir as próximas ações das frentes’, destacou. Segundo Bitar, as duas frentes deverão ser registradas até o dia 2 de setembro, prazo estabelecido pelo TSE.
Sabino lidera ações contrárias ao Tapajós
De acordo com deputado estadual Celso Sabino (PR), que deverá presidir a frente contra a criação do Estado do Tapajós, a união das frentes sela um momento único na história do Pará. ‘Pela primeira vez conseguimos parlamentares que pertencem aos mais diferentes partidos em torno desta causa tão nobre, que é a campanha contra a divisão do Pará’, afirmou o deputado estadual.
Sabino disse ainda que as frentes ainda vão definir quais dos parlamentares ficarão em que frente. ‘Isso é o de menos, o importante é que vamos trabalhar juntos para evitar que o nosso Estado seja dividido. Temos cerca de 25 deputados estaduais e federais que irão integrar essas frentes’, disse o deputado estadual, ressalvando que toda a sociedade está convidada a unir forças nos movimentos.
Segundo Sabino, o próximo passo será informar e conscientizar toda a sociedade paraense de que ‘a divisão do Pará trará consequências muito negativas para todos’. ‘Nós estamos respeitando todas as resoluções do TSE, portanto ainda não demos início à campanha. Mas, quando dermos início, vamos fazer uma grande divulgação para esclarecer todo o povo do Pará sobre a importância de manter o estado unido’, finalizou Sabino.
Esforços vão preservar a unidade paraense, afirma Prefeito
Não podemos e nem vamos cair nessa armadilha e, para isso, temos que obter uma vitória esmagadora’, afirmou o presidente da Associação dos Municípios do Nordeste Paraense (Amunep), José Feitosa, em reunião preliminar suprapartidária, na noite da última quinta-feira, em Castanhal. O encontro definiu ações na região contra a divisão do Pará. Feitosa, que também é prefeito de Inhangapi, destacou que o nordeste paraense ‘vai fazer a diferença’ no plebiscito, marcado para 11 de dezembro, que vai definir se o Pará será retalhado para a criação de mais dois Estados, Carajás e Tapajós. Com base no número populacional e em uma empreitada que busca esclarecer a população da região sobre o movimento separatista, a reunião ‘marcou o início de uma campanha vitoriosa, que irá preservar a unidade paraense’, destacou Feitosa.
Sob o comando do deputado estadual Márcio Miranda, mineiro de nascimento, e do secretário especial de Desenvolvimento Econômico e Incentivo à Produção do Estado, Sidney Rosa, capixaba que há mais de 25 anos mora em Paragominas, a reunião em Castanhal mostrou o tom com que a população da região responderá à tentativa de dividir o Pará. Vereador tucano em Castanhal, Milton Campos disse que ‘é preciso que os paraenses comecem a rediscutir a posição do Pará no cenário nacional. ‘Todos nós devemos nos unir para combater essa tentativa infame de um separatismo eleitoreiro’, disse Milton.
Márcio Miranda destacou que ‘desta vez o candidato é o próprio Estado, e o interesse dos que querem a divisão não é para melhorar nada.’ E acrescentou: ‘Somos uma república federativa, com verbas centradas num governo. Vejo que os interesses de dividir o Pará são outros. Empresários, trabalhadores, políticos e a sociedade como um todo vamos fazer a defesa da integridade do nosso Estado’, garantiu Miranda. |O Liberal|




