A governadora Ana Júlia Carepa entrega à população do Pará nesta terça-feira, 20, às 10 horas, o mais moderno Parque Radioterápico do Norte/Nordeste e um dos mais bem equipados do país. O novo serviço funciona no Hospital Ophir Loyola, referência em oncologia. Com investimentos de cerca de R$ 9 milhões do governo do estado, além do parque, o hospital também vai inaugurar a Divisão de Medicina Nuclear. Este é o maior incremento que o setor já recebeu em toda a sua história.
Para modernizar o Parque Tecnológico de Radioterapia e ampliar a oferta de procedimentos e serviços oferecidos à comunidade, serão entregues novas tecnologias como um tomógrafo simulador, uma braquiterapia e um acelerador linear (Varian 2100 C), que vão melhorar intensamente a qualidade de atendimento ao cidadão. A entrega destes serviços no HOL representa um avanço histórico para o tratamento do câncer no Pará. Com estes equipamentos de última geração, o Ophir Loyola terá capacidade para atender entre 250 e 300 pacientes por dia. Isso representa o fim das filas para o tratamento de radioterapia no estado.
“Estes novos serviços consolidam o Ophir Loyola como centro de excelência em oncologia, com a mais alta tecnologia para diagnóstico e tratamento dos pacientes da rede pública”, afirma o diretor geral do HOL, Paulo Soares.
Todos os novos equipamentos são importados e já passaram pela adequação das normas exigidas pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). No total, com a inauguração, em um espaço de 1.650 metros quadrados, o HOL vai contar com três aceleradores, um cobalto, uma braquiterapia nova e dois simuladores.
Definido pelo Ministério da Saúde como o único Centro de Alta Complexidade em Oncologia da região Norte, o Hospital Ophir Loyola, prestes a completar 100 anos, está agora preparado para o futuro oferecendo qualidade máxima em serviços.
Para atender a grande demanda de pacientes que, sempre contrasta com a carência de médicos e demais profissionais da área de oncologia que necessitam ter alta qualificação, o hospital contava com apenas três radioterapeutas e, hoje, vive uma nova realidade. O Governo do Estado contratou mais quatro médicos da área. Agora, com um total de sete radioterapeutas, o hospital está superando metas e a média atual de atendimentos, no momento, tem sido de 115 pacientes novos por semana além dos que já estão em tratamento.
Atendendo 100% SUS, o HOL oferece assistência digna, especializada e integral aos pacientes na área de prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer. Antes mesmo do Ophir Loyola inaugurar o parque radioterápico, o hospital já havia normalizado o atendimento de pacientes em radioterapia e segue convocando de forma inédita os pacientes da capital e interior do estado para a antecipação de consultas.
O funcionamento da Divisão de Medicina Nuclear, representou um investimento de mais de R$ 1,6 milhão para o governo. O novo serviço vai funcionar com equipamentos ultramodernos como o Gama Câmara e também vai se igualar a estrutura de grandes centros de excelência do Brasil para diagnóstico e tratamento de tumores malignos e outras doenças.
O serviço de medicina nuclear utiliza substâncias radioativas de vida curta onde, neste tipo de tratamento, a radiação temporária entra em contato direto com o paciente, através de injeções, ingestão ou inalação para detecção precoce de doenças. O serviço terá capacidade de realizar 50 tipos de exames como as cintilografias nas suas várias modalidades.
No espaço físico, serão oito salas em 180m² incluindo a sala para consultas, exame e laboratório. Segundo Andréa Gama, médica especialista em medicina nuclear, todos os serviços e estrutura atendem ao padrão exigido pela CNEN. A Divisão de Medicina Nuclear vai fechar o círculo de serviços no tratamento do câncer.
Na área da radioterapia e na Divisão de Medicina Nuclear foram colocados adesivos em várias paredes e aplicadas pinturas no teto com motivos regionais para humanizar o ambiente e oferecer tranquilidade e conforto aos pacientes que passam pelos procedimentos.
Com a entrega do novo Parque de Radioterapia do Ophir Loyola, depois de mais de uma década sem receber recursos, o governo do estado investiu, além da aquisição de tecnologia de ponta, na reforma e ampliação de obras e nos insumos para o funcionamento dos serviços – de acordo com a Política Nacional de Atenção Oncológica (PNAO) e o Plano Estadual de Atenção Oncológica, no compromisso e na garantia da assistência oncológica aos usuários do SUS e, já considerando as necessidades atuais e futuras da população.
Radioterapia
A Radioterapia é uma ferramenta no tratamento do câncer. O uso de radiações visa destruir ou diminuir o crescimento de células com comportamento anormal no organismo. Os raios do acelerador linear são direcionados para o corpo do paciente e atingem o tumor. O acelerador Varian possui duas energias de fótons (único do Norte) e cinco de energias de elétrons. Já na técnica da braquiterapia, o material radioativo é colocado no interior do paciente, diretamente na área que será tratada. A nova braquiterapia incorpora as mais recentes tecnologias em modalidades terapêuticas de alta dose de radiação de contato.
Para a simulação de procedimentos radioterápicos, o novo tomógrafo simulador, da marca GE, possui 16 canais que permitem maior qualidade de imagem e definição, maior velocidade de varredura e menor exposição à radiação. Este equipamento de ponta é um dos únicos existentes no país e o único nas regiões Norte/ Nordeste e Centro-Oeste.
Foi adquirido ainda um Sistema de planejamento tridimensional (3D) em radioterapia, que possibilita tratamentos mais precisos, com mais qualidade e ferramentas compatíveis com fusão de imagens (CT Simulador + Ressonância) e com suporte para I.M.R.T (Radioterapia modulada). Posteriormente, terá suporte também para radiocirurgia no novo Acelerador Linear 2100 VARIAN.
Para a proteção radiológica, foi instalado um verdadeiro bunker (local especifico de concreto armado para abrigar o equipamento). Na obra que envolveu o acelerador, foi necessária uma blindagem específica das paredes onde foram utilizados em média 750 m3 de concreto.
Esta quantidade de concreto corresponde ao equivalente no que se gasta, por exemplo, em um prédio de 10 andares com 3 apartamentos por andar, somando 320 m². Para as obras da Medicina Nuclear e do tomógrafo simulador, foram utilizadas ainda paredes de alvenaria revestidas de argamassa baritada, tudo em conformidade com as normas da CNEM. (Diane Maués Casanova)




