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sexta-feira, dezembro 5, 2025
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PARÁ: Governo do Estado articula ações de combate ao Mal de Chagas

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O governador Simão Jatene se reuniu nesta quinta-feira, 27, com representantes dos órgãos que fazem parte do Programa Estadual de Qualidade do Açaí e associações de batedores do fruto da Região Metropolitana de Belém. No encontro, que ocorreu no Comando da Polícia Militar, em Belém, foram estabelecidas medidas para garantir o controle sanitário na cadeia produtiva do fruto, desde o plantio até o preparo nos pontos de venda, e a difusão de informação à população por meio de uma campanha, a ser desenvolvida também nas escolas de todo o Pará.

Jatene propôs aos órgãos a modernização e a fiscalização da infraestrutura de toda a cadeia produtiva do açaí, principalmente dos pontos de venda, onde o fruto precisa ser higienizado, branqueado (processo de aquecimento e resfriamento para eliminar impurezas) e batido com água filtrada. “O governo vai garantir ferramentas de financiamento para que os produtores possam se adequar a produzir o açaí dentro dos padrões sanitários, sem oferecer riscos à população. Além disso, é preciso fiscalizar, em parceira com os municípios, todas as etapas da cadeia, desde o plantio, certificando a segurança do consumidor”, destacou o governador.

O secretário de Agricultura do Estado, Hildegardo Nunes, que coordena os trabalhos do Programa de Qualidade do Açaí, disse que o Estado está definindo os pontos de risco de contaminação do fruto pelo inseto conhecido como “barbeiro”, responsável pela transmissão do Mal de Chagas. “O maior número de casos está nos municípios de maior densidade demográfica e na capital. Isso quer dizer que a contaminação do fruto poderia estar ocorrendo no transporte e no ponto de venda, onde o “vinho” é extraído. Por isso vamos reforçar junto com os outros órgãos deste programa integrado toda a cadeia produtiva, desde o plantio até a venda”, pontuou.

Além dos cuidados que serão reforçados, uma campanha educativa e de esclarecimento será desenvolvida para informar aos consumidores quanto aos cuidados que devem ser observados na compra do açaí, e falando sobre outras prevenções contra o Mal de Chagas. Um dos meios de difusão da campanha serão as escolas de todo o Estado. Por meio de cartilhas, o governador sugeriu educar as crianças desde cedo, para que a cultura de cuidados na cadeia produtiva do fruto paraense seja alterada a longo prazo.

Com a proposta de modernizar a infraestrutura, os pontos de venda do açaí devem ser equipados com máquinas de inox ou alumínio, tanques para a lavagem e branqueamento e cestos plásticos para o acondicionamento do fruto. Antes de chegar ao ponto de venda, orientações simples aos produtores e aos responsáveis pelo transporte, como o uso de uma lona forrando o chão na hora da colheita e o acondicionamento dos caroços e vasilhames fechados, garantirão mais segurança ao consumidor.

Paralelamente aos cuidados na produção, transporte e comercialização do açaí, o Estado está fortalecendo as medidas de prevenção também na área da saúde. Desde o início deste ano a Sespa elaborou um mapa das endemias recorrentes em todas as regiões paraenses desde 2006. O Mal de Chagas foi uma das que apareceram na lista. Por isso, trabalhos de capacitação e treinamento de profissionais de saúde estão ocorrendo nos hospitais estaduais, bem como a Coordenação Estadual de Combate ao Mal de Chagas também acompanha os diagnósticos dos pacientes e o tratamento deles.

Segundo o secretário Hélio Franco, da Sespa, 90% dos casos registrados desde 2006 estão concentrado em Belém, Ilha de Marajó e municípios do Baixo Tocantins, onde o consumo do açaí é maior. “É preciso garantir os cuidados necessários na cadeia produtiva do açaí, mas também fortalecer as políticas de saúde para o diagnóstico rápido e o tratamento dos infectados”, ressaltou o secretário.

Contaminação

Uma das formas mais comuns de contaminação de Mal de Chagas na região é via oral. Segundo pesquisas, o açaí é um dos meios mais propícios para isto. A fermentação do fruto depois de colhido produz gás carbônico, como a respiração dos mamíferos, atraindo o “barbeiro” caso os caroços não sejam acondicionados corretamente. O surgimento de pacientes contaminados com a doença levou cientistas dos centros de pesquisas paraenses a verificar que o único fator em comum entre eles era a ingestão de açaí. Logo a ingestão do fruto contaminado, sem a higienização correta, seria o meio de contaminação mais favorável na região.

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