Apenas um quarto dos resíduos coletados diariamente no Estado do Pará tem destinação adequada. Um estudo da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) indicou que 72,7% do lixo recolhido no Estado, em 2011, seguiram para os lixões e aterros controlados. Isso representa 3,58 toneladas. Há um agravante. Ainda no ano passado, outras 1,2 tonelada de resíduos não foram sequer coletadas no Estado. Um aumento de 15,5% em relação a quantidade de resíduos não coletados em 2010. No geral, a população paraense produziu, em 2011, 6,13 toneladas por dia, sendo que 4,92 toneladas foram coletados.
No ano anterior foram 5,62 resíduos gerados e 4,57 recolhidos. A média de lixo coletado por habitante aumentou de 0,88 quilos por dia, em 2010, para 0,93 no ano seguinte. Dos resíduos sólidos urbanos (RSU) recolhidos no Pará, 27,3% tiveram destino os aterros sanitários, 36,2% os aterros controlados e outros 36,5% os lixões. Em 2010, esses índices eram 26,9%, 36,2% e 36,9%, respectivamente. Belém aparece no estudo como a cidade paraense com a maior quantidade de resíduos urbanos coletados, com 1,78 tonelada por dia, o que corresponde a proporção de 1,29 quilo por habitante/dia. Ananindeua surge em segundo, com 454 quilos por dia (0,95kg por habitante); seguida por Castanhal, com 210 quilos coletados (1,35kg por habitante); Santarém, com 145 quilos (0,67 kg per capita); Altamira, com 110,3 quilos (1,28kg); e Marabá, com 100 quilos (0,52kg). Em todo o Brasil, a quantidade de resíduos sólidos gerados em 2011 totalizou 61,9 milhões de toneladas, 1,8% a mais do que no ano anterior. Do total coletado, 42% do lixo acabam em local inadequado.
De acordo com o diretor executivo da Abrelpe, Carlos Silva Filho, o crescimento de resíduos sólidos no período de 2010 para 2011 foi duas vezes maior do que o crescimento da população, que cresceu 0,9% no período. ‘Se continuarmos nessa curva ascendente de crescimento ano após ano e não conseguirmos, de alguma forma, adotar ações adequadas para conter essa geração, certamente, em médio prazo, nossos sistemas de gestão de resíduos entrarão em colapso.’
O estudo mostra também que, em 2011, foram coletadas 55,5 milhões de toneladas de resíduos sólidos no País, o que resulta em uma cobertura de 90%. ‘Cerca de 10% de tudo o que é gerado acaba em terrenos baldios, córregos, lagos e praças. Nós vemos que esse problema é recorrente em praticamente todas as cidades do país’, disse Silva Filho. Da quantidade coletada, o Sudeste responde por 53% e o Nordeste por 22%. ‘Nessas duas regiões estão concentrados 75% de todo o lixo do território nacional’. Pela pesquisa, 42% dos resíduos sólidos foram destinados em locais inadequados como lixões e aterros controlados. Filho ressaltou que a Abrelpe considera a segunda opção inadequada porque, do ponto de vista ambiental, têm o mesmo impacto negativo que os lixões. (O Liberal)




