As fortes chuvas continuam castigando todas as regiões do Pará. O município de Santo Antônio do Tauá, no nordeste paraense, teve recentemente homologado decreto de situação de emergência, publicado no Diário Oficial do Estado na última segunda-feira, 3. A zona rural do município foi a mais prejudicada. Algumas comunidades permanecem parcialmente isoladas e sem condições de escoamento da produção agrícola, por causa da queda de duas pontes de madeira.
No dia 28 de abril, o prefeito Fernando Alberto Cabral da Cruz, do município de Curuçá, na mesma região, entrou com pedido de situação de emergência, homologado pela governadora Ana Júlia Carepa, motivado pela erosão fluvial da orla da cidade em função das chuvas.
A zona rural de Curuçá foi a área mais afetada. Na vila São João de Abade, a elevação do nível das marés abalou as estruturas de concreto e provocou o desabamento parcial de 120m, dos quase 400m de extensão do cais de arrimo.
Marabá
As 589 famílias atingidas pelas enchentes dos rios Tocantins e Itacaiúnas no município de Marabá, no mês passado, já retornaram para suas casas, após o nível dos rios baixar, em média, 25 centímetros a cada 24 horas, informou nesta quarta-feira, 5, o comandante do Corpo de Bombeiros na região, Francisco Cantuária.
Além de Marabá, outros 10 municípios paraenses foram atingidos pela alta incidência de chuvas que caiu nos dois últimos meses. As maiores cheias foram registradas em Eldorado do Carajás, com cerca de 636 famílias atingidas, entre desabrigados e desalojados; Tucuruí, com 88 famílias atingidas; Parauapebas, com 210, e Marabá, com 589 famílias. Em Marabá o nível das águas chegou a ultrapassar 11 metros.
Na segunda quinzena de abril, três municípios paraenses tiveram decretada situação de emergência: Augusto Corrêa, por erosão fluvial; Itaituba, por contaminação alimentar (Salmonelose), e Pau D’Arco, por enxurrada. Outros nove se encontram em estado de alerta.
Alagamentos
Em Belém, dados oficiais mostram que 300 famílias foram atingidas por alagamentos. O mesmo problema aconteceu em Itaituba, onde o nível das águas chegou a 8,30m, prejudicando 10 famílias. Enxurradas também vitimaram 300 famílias em Medicilândia (na Transamazônica), 128 em Novo Progresso (no sudoeste) e 400 em Peixe-Boi (no nordeste).
Ano passado, 83 municípios em situação de emergência foram atendidos pela Coordenadoria Estadual de Defesa Civil, com aproximadamente R$ 80 milhões investidos em ações para minimizar as consequências de desastres naturais.
Com a homologação do decreto de situação de emergência em um município, o governo do Estado pode enviar ajuda humanitária e recursos financeiros. À Defesa Civil cabe a responsabilidade de monitorar e repassar informações, para que seja garantida a assistência às famílias em situação de risco, que podem ser remanejadas para abrigos e receber alimentos.
