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sexta-feira, dezembro 5, 2025
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PARÁ: Bloqueio do MST na Transamazônica cauda transtornos à pacientes de hospital

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Entre os transtornos causados pelo bloqueio de trecho urbano da Rodovia Transamazônica, nas manhãs de quarta-feira (15) e quinta-feira (16), por militantes do MST, quando parte da população do Núcleo Cidade Nova ficou impedida de se deslocar aos demais setores da cidade e vice-versa, cirurgias, exames e consultas tiveram de ser cancelados no Hospital Regional Público do Sudeste “Dr. Geraldo Veloso”.

Além disso, funcionários daquela casa de saúde também foram prejudicados pela manifestação, conforme constatou o CORREIO DO TOCANTINS naquela casa de saúde, na quinta-feira.Ali, a diretora-geral Alba Lúcia Muniz e outros profissionais relataram a dificuldade de trabalhar sem toda a equipe e o drama dos pacientes que tiveram cirurgias, consultas e exames cancelados por falta dos profissionais que ficaram presos na Cidade Nova.

Alba Lúcia conta que três cirurgias ortopédicas tiveram de ser suspensas, visto que são marcadas sempre para o período da manhã pelo fato do jejum necessário à operação ser mais difícil ao longo do dia. Ainda assim, de acordo com ela, o hospital, após esses transtornos, o hospital tentou manter o máximo de normalidade.

“Quando se trata de saúde, não há como trabalhar no improviso, sob pena de colocar em risco a segurança da assistência que está sendo prestada”, apontou, contando que os dois funcionários responsáveis pela portaria faltaram naquele dia, devido à manifestação, obrigando os dois plantonistas da noite anterior a ficarem no posto até que chegassem os colegas.

Da mesma forma aconteceu em outros setores do hospital, como na cozinha, lavanderia e ambulatório. “Isso gera um custo de hora extra para nós”, sublinhou, apontando que, só na limpeza, naquele dia faltaram quatro funcionários. E na cozinha, causando atraso no serviço de alimentação, eram três a menos.

Apesar disso, a administradora da instituição observa: “Felizmente, temos funcionários comprometidos. Eles sabem a falta que fazem”. É que vários funcionários se arriscaram em atravessar a barreira dos manifestantes ou em atravessar o Rio Itacaiúnas de “rabeta”, até mesmo com motocicleta no barquinho. “Os médicos também não estão conseguindo chegar. Hoje [quinta-feira] estamos só com um plantonista no atendimento”, contou, explicando que Sérgio dos Santos, coordenador da Central de Regulação, era quem estava ajudando no setor.

Consequências

Alba colocou ainda que não contesta as reivindicações, mas a manifestação em questão tirou o direito das pessoas de ir e vir, assim como o de as pessoas receberem assistência à saúde. Ela frisa também que os pacientes ambulatoriais daquela casa de saúde vêm de outras localidades para Marabá, o que torna a situação mais crítica.

“As pessoas gastam o dinheiro que têm, não se sabe quantos meses juntando, pedindo emprestado, para pagar um ônibus e vir consultar. E hoje [quinta-feira] não estamos dispondo dessa consulta, porque o médico não conseguiu chegar”, enfatizou, acrescentando que vários atendimentos ambulatoriais tiveram de ser cancelados, como no caso do ambulatório de oftalmologia.

Perguntada ainda se, além dos servidores do hospital, pacientes também teriam perdido consultas ou exames marcados para aquele dia, ela afirmou que sim. “Tivemos uma queda na presença dos pacientes, principalmente para exame”, contou, explicando que são procedimentos que demoram a ser agendados. Assim, a Reportagem do CT questionou se esses pacientes terão a oportunidade de fazer tais exames em outra oportunidade, a diretora do HR disse que isso deve ser negociado, visto que a capacidade das máquinas de exames é limitada.

“Marcamos 25 exames de tomografia para hoje [quinta-feira]. Esse é o limite da máquina. Se eu extrapolar esse número, corro o risco de ter de levar o equipamento para manutenção e ficar sem exames por até três meses”, adiantou, sustentando que, no caso de consultas, as perdidas não têm como ser recuperadas, pelo fato de se trabalhar com agendamento.

Porém, caso não se repita a interdição, e por conta do fim de próximo, essa situação pode ser resolvida num período de até quatro dias, conforme colocou Alba.

“A gente faz um mutirão e consegue resolver o caso do paciente e faz com que ele tenha alta para já abrir o leito para outra pessoa. Mas isso será um custo para o hospital”, adiantou, continuando: “São tantas conseqüências dessa situação e uma delas é não conseguir dar a alta no tempo certo por não ter conseguido fazer a cirurgia ou o exame, de forma que prende o paciente no leito, impedindo que outro venha”.  

Providência

Questionada sobre que providências estavam sendo tomadas diante da situação, ela disse que já estava sendo providenciada comunicação formal para o Conselho Regional de Medicina, Ministério Público Estadual e Secretaria Estadual de Saúde. “Isso para informar a respeito das dificuldades que estamos enfrentando com essa paralisação”, acentuou. (Carmem Sevilla e Camila Ishibashi – Correio Tocantins)

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