A Caixa Econômica Federal (CEF) divulgou ontem os dados locais do programa de habitação “Minha Casa, Minha Vida”. O balanço entre os anos 2009/2010 indica que foram investidos no Pará, R$ 1.452.514.000 bilhão para a construção de 29.138 residências disponibilizadas para famílias que recebem de três a dez salários mínimos. O Estado, contudo, não conseguiu cumprir a meta fixada em 50 mil moradias durante os quase dois anos de programa. As famílias paraenses de até três salários mínimos e as que ganham mais de dez foram as principais beneficiadas este ano pelos investimentos do banco.
Durante o anúncio, a Caixa apresentou também o montante destinado a habitação de janeiro a dezembro deste ano, que ultrapassam R$ 1,5 bilhão, e firmou convênio com a empresa Guamá Engenharia, para a construção de um conjunto de 96 unidades habitacionais no município de Castanhal, com a previsão de entrega para outubro de 2012. De acordo com a empresa, 80% dos imóveis já estão vendidos – no valor de R$ 80 mil.
Da soma bilionária investida pela CEF em habitação, a maior parte foi oriunda de recursos do Fundo de Arrendamento Residencial (FAR), que contempla família com rendimento até três salários mínimos, R$ 643 milhões. Em seguida, está o recurso operado com a arrecadação do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), com R$ 401 milhões, voltado para atender famílias que ganham mais de 10 salários mínimos. Por último, estão operações com recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), com R$ 352 milhões investidos, cujo público-alvo é famílias que recebem de três a dez salários base.
De acordo com o gerente regional da CEF, João Cláudio Klautau, mesmo sem alcançar a meta, o Estado conseguiu um bom desempenho. “Importante ressaltar que o Pará foi o segundo estado brasileiro que mais contratou, ficando atrás somente do Maranhão (MA)”, disse. Os números, considerados satisfatórios pela CEF, ficaram abaixo da expectativa inicial em função da falta de empresas de construção civil interessadas em integrar o programa. “Faltou a oferta de empresas interessadas em firmar parceria. Mas com as que demonstraram interesse, o processo foi dinâmico. Quando estão dentro dos requisitos exigidos, o processo de contratação pode durar menos de dois meses”, relata.
Para o diretor da Guamá Engenharia, Braz Saruby, as empresas do setor da construção civil, em geral, demonstraram receio em participar de um programa que ainda não estava consolidado. “Além disso, as empreiteiras têm um prazo para a entrega, que é de dois anos. Significa que as que começaram a construir no início do programa, estão entregando as unidades somente entre o final deste ano e começo do próximo”, explica. A CEF estuda uma estratégia para inserir no mercado de habitação, imóveis de até R$ 70 mil, com o intuito de atender uma nova faixa populacional.
Nacional
As contratações do programa “Minha Casa, Minha Vida” somaram R$ 52,98 bilhões, segundo a Caixa Econômica Federal desde sua implantação. Os investimentos correspondem à contratação de 1.003.214 unidades, acima da meta de um milhão de moradias. O balanço do programa habitacional foi divulgado hoje pela presidente da Caixa, Maria Fernanda Ramos Coelho, e pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.
Ontem, foram inauguradas obras de 70 empreendimentos, no total de 14,936 mil unidades, entregues 930 moradias e sorteadas 1,610 mil unidades. O total de inaugurações, sorteios e entrega de chaves soma 78 empreendimentos, com 17,257 mil unidades habitacionais, com investimento de R$ 787,14 milhões, conforme a Caixa.
A segunda etapa do programa prevê a construção de outros dois milhões de unidades entre 2011 e 2014, no governo da presidente eleita, Dilma Rousseff. (O Liberal)




