Clube do Remo e Tuna Luso Brasileira realizaram uma partida dura… Dura de se ver, na noite desta quarta-feira, 1º, no estádio do Baenão. Pior para o torcedor azulino, que compareceu mais uma vez e viu o time sofrer outro revés, agora de virada, pela penúltima rodada do 1º turno do Parazão 2012.
Com muita expectativa para o início do clássico, Remo e Tuna simplesmente resolveram não jogar futebol na primeira etapa. A equipe tunante entrou em campo com uma postura defensiva, tentando chegar à frente timidamente com ligações diretas entre zaga e ataque, onde estava o esforçado Beá, enfrentando sozinho os dois zagueiros remistas, já que o atacante Yuri não entrou bem.
E o Leão, diante de sua torcida, não fez nada. Meio-campo muito lento, com os jogadores Betinho e Aldivan jogando muito mal, com erros de passes em demasia, dificultando a chegada da bola nos homens de frente. Na contramão de tudo, o atacante Joãozinho realizou uma jogada de rara habilidade, driblando dois defensores cruzmaltinos e chutando a bola na saída do goleiro André Luiz, num belíssimo gol, que colocou o Remo na frente do marcador.
Mesmo vencendo, os torcedores vaiaram os jogadores azulinos na descida para o vestiário, por isso o técnico Sinomar Naves promoveu duas substituições na equipe durante o intervalo, tirando os meias Aldivan e Betinho e colocando Magnum e Cassiano, esperando mais atitude no setor de meio-campo. E a atitude até apareceu nos dez primeiros minutos da etapa complementar e o Leão entrou com o ímpeto esperado pelo torcedor.
Porém, o jogo voltou a esfriar e com a entrada do garoto Lineker, a Tuna ficou mais organizada no meio-campo e passou a acertar os passes. Tanto que aos 19 minutos o atacante Beá empatou, após pegar o rebote do goleiro Jamilton. O Leão tentou reagir logo em seguida e passou a pressionar o adversário, entretanto sem êxito nas conclusões.
O tempo foi passando e a partida estava mornas. Mas, em bola alçada na área, o goleiro Jamilton falhou feio novamente, deixando a bola quicar na frente do zagueiro Edilson Belém, que só teve o trabalho para empurrar para dentro e dar números finais à partida. O Leão saiu de campo aos gritos de “timinho” e Jamilton vaiado. Já a Tuna, era só alegria…
Presidente azulino promete atitude radical
Após o término da partida, o clima na toca do Leão ficou pesado e depressivo. Os atletas azulinos saíram cabisbaixos para o vestiário e de ouvidos inchados devido à tremenda vaia que sofreram ao final do jogo. Considerado como o grande responsável pela derrota para a Tuna, o goleiro Jamilton reconheceu que falhou em lances cruciais, mas acredita que o técnico Sinomar Naves sabe de seu potencial, senão estaria jogando em outro clube agora. “Naquele lance (do segundo gol da Tuna) a luz do refletor me atrapalhou um pouco, daí não deu para segurar, mas nós somos humanos e todos erram, por isso eu reconheço o meu erro”, justificou o goleiro.
Para o zagueiro uruguaio Juan Sosa não adianta ficar chorando pelos cantos e agora é levantar a cabeça porque no final de semana próximo tem a última rodada do primeiro turno e prometeu: “Uma partida como a de hoje não se repetirá”.
Ainda nos corredores do Baenão, o presidente Sergio Cabeça ficou extremamente nervoso e prometeu atitude radical amanhã na reapresentação do grupo. “Não consigo entender como o atacante Jayme entra, sempre, faltando 20 minutos para o final da partida e o Cametazinho só entrou na equipe porque o Balu estava suspenso”, desabafou Sergio Cabeça, questionando a ausência dos meninos da base no time titular do Leão.
Tuna
Já no vestiário alviverde, a alegria era contagiante. Depois de uma turbulência entre jogadores e diretoria sobre as condições de trabalho, que culminou na dispensa dos jogadores Fábio Oliveira e Franklin, o técnico Charles Guerreiro conversou com seus comandados e pediu fraternidades entre todos, porque nada estava perdido. “Todos sabem o que aconteceu na véspera desse clássico, o clima pesou um pouco. Mas aqui no vestiário o grupo todo estava conversando, brincando e se divertindo, e eu aproveitei esse clima para conversar com os meninos para pedir essa mesma alegria dentro de campo que assim sairíamos vencedores. E foi o que aconteceu”, completou Charles Guerreiro.
O Águia de Marabá é a única equipe garantida matematicamente nas semifinais da Taça Cidade de Belém.
O Paysandu teve trabalho, mas conseguiu sair vitorioso de Tucuruí, eliminando o Independente. Mas a vaga não está garantida. Tudo porque a Tuna conseguiu uma vitória sobre o Remo e segue na cola dos bicolores.
A Águia Guerreira fica muito próxima da classificação. Para tanto, basta vencer, no domingo (5), o Cametá no Souza. Já o Leão Azul só precisa de um empate contra o outro Leão, o de Santarém, lá no Barbalhão.
O Cametá estava a três pontos da classificação. Porém, o clube da cidade do Carnaval não conseguiu cumprir seus objetivos e ficou somente no empate com o São Raimundo. O empate garantiu que o time de Cacaio permanecesse na 3ª colocação. Para selar a classificação, basta empatar com a Tuna a última rodada.
É difícil, mas a dupla santarena São Raimundo e São Francisco ainda tem chances avançar no torneio. O município do Oeste paraense só poderá ter um representante na próxima fase, mas ambos precisam vencer seus adversários e ainda torcer por uma combinação de resultados. (Diário do Pará)