A diretoria do Clube do Remo comunicou oficialmente a queda do técnico Sinomar Naves do comando da equipe. “Já está consolidada a saída do Sinomar”, afirmou Hamilton Gualberto, vice-presidente de futebol, à imprensa. O acerto com o ex-treinador foi finalizado ainda durante a tarde de ontem, em uma reunião com Sérgio Cabeça, presidente do Remo. Para substituí-lo, foi contratado Flávio Lopes. O último trabalho do novo treinador do Remo foi no CRB (AL), na Série C do ano passado.
Depois de várias tentativas e nomes especulados – dentre eles Roberval Davino, Edson Gaúcho, Wagner Benazzi e Agnaldo -, o vice-presidente do Leão afirmou que o principal fator para a nova contratação foi o financeiro. “Temos contatos com amigos em todo o Brasil. Depois das nossas primeiras tentativas, surgiu o nome do Flávio. Analisamos o currículo dele, entramos em contato, vimos que ele estava dentro do nosso patamar financeiro e fechamos”, contou Gualberto.
O novo treinador pode chegar a Belém já na noite de hoje. Flávio Lopes deverá trazer dois auxiliares e será a primeira vez que ele irá comandar uma equipe do Pará. Ele é mineiro e também já teve passagens por América, Ipatinga e Vila Nova (MG), Portuguesa (SP), ABC e América (RN).
“Queríamos um treinador, novo, diferenciado dos demais. Alguém que possa dar um novo ânimo para o Clube do Remo. Estamos com uma expectativa muito boa”, disse Hamilton Gualberto, por telefone, à reportagem do Bola.
Antes do anúncio, Agnaldo, o “Seu Boneco”, era um dos mais cotados para assumir o cargo. Ele comentou sobre o assunto. “Fiquei lisonjeado com o convite e, principalmente, com o reconhecimento e carinho da torcida. Mas respeito à decisão da diretoria. Estou aqui para apoiar”, disse Agnaldo.
Rescisão de Sinomar
Segundo Hamilton Gualberto, Sinomar Naves fez um “destrato” com o Remo. “Ele não foi nem demitido e nem pediu demissão. Ele fez a extinção do contrato”, explicou Gualberto. Com isso, o ex-treinador receberá uma multa rescisória no valor de 90 mil reais, equivalente a três meses de salários, sujeita à negociação.
Dispensas
O meia Juliano e o atacante Rodrigo Ayres foram os primeiros jogadores a deixar o Clube do Remo após a eliminação da equipe no primeiro turno. Segundo Hamilton Gualberto, mais três dispensas irão acontecer.
Torcida protesta: “Tem que ter raça para jogar no meu Leão”
Um grupo de quinze jovens torcedores do Clube do Remo estiveram presentes no Estádio Evandro Almeida na reapresentação dos jogadores, após o fracasso nas semifinais do primeiro turno do Parazão. Munidos de faixas com palavras de ordem e apitos, os torcedores desejavam falar com algum jogador. “Não é mole não, tem que ter raça para jogar no meu Leão”, era o coro gritado por eles no portão de entrada da Toca do Leão.
“Não aguentamos mais passar outros sete meses sem jogar. Queremos uma satisfação pelo o que está acontecendo.
Queremos o campeonato agora”, exigiu o universitário Murilo Ainette, 19 anos, um dos manifestantes. Ele também ressaltou que o protesto não era de nenhuma torcida organizada. “Somos amigos, vamos para os jogos juntos. Combinamos isso pelo Facebook. Viemos cobrar pacificamente”, completou.
Enquanto isso, dentro do Baenão, os jogadores estavam em reunião com os diretores de futebol e só iniciaram os treinos por volta das 17h. Os torcedores foram impedidos de entrar. Porém, ao perceberem o início da movimentação, forçaram um portão de acesso a acabaram entrando. Nesse momento, com o portão aberto, o grupo de quinze duplicou. Concentrados nas arquibancadas, não pouparam quase nenhum dos atletas que davam voltas no gramado. Diego Barros, Magnum e Felipe Baiano eram os mais criticados.
Ao final da recreação, o capitão Diego Barros e o atacante Fábio Oliveira se dirigiram aos torcedores. Os atletas prometeram dias melhores. “Você acha que eu também não estou ‘p…’ com essa situação? Eu quero, mais do que vocês, sair dessa situação”, prometeu o capitão do Leão. Depois da conversa, os torcedores deixaram o estádio tranquilamente.
Promessa dos azulinos é de mais empenho
O ex-treinador Sinomar Naves nem compareceu ao Baenão na reapresentação da tarde de ontem. Benedito Gamboa, preparador físico, Ronaldo Cascaes, preparador de goleiros e Divaldo Souza, fisiologista, foram os que receberam os atletas.
Até então sem um novo técnico, os jogadores se reuniram com a diretoria e, depois, fizeram apenas um leve treino físico.
“Tivemos um conversa séria com os jogadores: uma conversa de macho”, resumiu Hamilton Gualberto, vice-presidente de futebol, sobre o conteúdo da reunião. Já no gramado, os azulinos tiveram que receber a manifestação do grupo de torcedores que foram até o estádio. “Eles têm o direito. Eles saem da casa deles, deixam famílias para nos assistir e ajudar.
Nós decepcionamos mais uma vez. Então, essa cobrança haverá sempre. Agora é trabalhar quietinho e dar a reposta dentro de campo”, comentou o atacante Fábio Oliveira.
O zagueiro Juan Sosa encarou o protesto como natural. “A insatisfação é normal, por uma desclassificação. Temos que saber assimilar isso e levar para o lado positivo no segundo turno”, ensina Sosa, que assegura: não vai medir esforços para fazer o Remo alcançar os objetivos. “O que não aconteceu tem que servir de estímulo maior. Não tem porque apontar erros. Todos nós erramos. Vamos tirar força de tudo isso que aconteceu”, garante. (Diário do Pará)




