O Palácio Araguaia foi “surpreendido” com uma pesquisa interna que mostra o que muitos já sabiam: Marcelo sofre de uma rejeição monstruosa. O instituto esteve no Bico do Papagaio e os indicadores apresentados dão conta que o governador é rejeitado por 48,5% dos biquenses; isso mesmo, quase metade dos munícipes do extremo norte tocantinense ao ser perguntada em quem não votariam de modo algum para o governo do estado foi enfática ao apontar o nome de Marcelo Miranda.
Na posição inversa se encontra a também peemedebista Kátia Abreu que foi a mais bem avaliada na região e que pode fazer história e se tornar a primeira mulher a governar o Tocantins.
Mais quais os motivos que levaram o governador a cair no conceito do povo biquense, região que antes apresentava um domínio eleitoral considerável? Bom, nos últimos dois anos que esteve no poder Marcelo esqueceu por completo a região e os seus companheiros que por aqui estão. Encastelado no Palácio Araguaia, o governador se distanciou de nós, pobres e longínquos biquenses, deixando de lado o fato de que foi esse povo que por três eleições ajudou a elegê-lo.
Esse dois fatores são cruciais, segundo minha avaliação, para explicar o fenômeno de rejeição que se tornou o governador por essas bandas; são: Um. A ida do deputado Amélio Cayres para o governo e o poder que o governador deu a ele na região. De família tradicionalmente siqueirista, Amélio nas últimas eleições esteve no palanque de Sandoval Cardoso, governador e candidato a reeleição pelo grupo de Siqueira Campos. Na ocasião, Cayres não poupou Marcelo Miranda, só não o chamando de santo, e retirando todos os predicados morais que Marcelo poderia ter naqueles dias.
Depois de muitas ofensas proferidas em palanque por parte deputado ao então candidato Marcelo, as eleições acaba, e quem vai atrás do governador eleito? Sim, o deputado falastrão que enchia a boca ao chamar Marcelo de corrupto. Foi bem recebido, ficou a cargo das indicações do Hospital regional e de algumas escolas, fato que ocasionou atritos com alguns companheiros por aqui.
Não demorou muito para que o então deputado começasse sua cruzada de perseguição aos indicados de Carmem, que, diga-se de passagem, deu a maioria para Marcelo Em Augustinópolis enquanto Amélio difamava-o, apesar de ter dado a maioria de votos, Carmem foi preterida pelo governador que teve que assistir seus correligionários serem demitidos a pedido de Amélio, o que causou revolta naqueles que um dia foi eleitores de Marcelo. Hoje Marcelo conta com apenas 7% de aprovação do eleitorado Augustinopolino. O que ocorreu em Augustinópolis também e deu em outras cidades do Bico. Amélio acabou por espantar o eleitorado de Marcelo. Esse foi o primeiro erro.
Dois. A situação precária dos hospitais regionais. Com 92% do orçamento para a saúde comprometido com a folha salarial, o governo do estado deixa faltar o básico dos básicos nas unidades. Falta tudo, seringa, algodão, luvas, medicamentos e até pratos para que funcionários façam suas refeições. O regional de Augustinópolis já chegou ao ponto de empresários locais terem que fazer vaquinha para que pacientes tenham algo para se alimentar. E o que falar das crianças com altos níveis de febre perambulando nos corredores sem ter pediatra para que se faça o atendimento? Cenas lamentáveis.
O inchaço na folha de pagamento no Regional de Augustinópolis promovido pelo governo a pedido do deputado Cayres tem trazido transtornos à população do Bico do Papagaio, que se vê em um verdadeiro mato sem cachorro ficando com apenas duas, mas duras opções: morrer em casa ou no hospital se por ventura a doença bater sua porta, pois em qualquer um dos dois casos não encontraria atendimento. Esses dois fatores, a ida de Amélio para a base governista que fez com que Marcelo esquecesse companheiros e o péssimo atendimento oferecido no Hospital fez a popularidade de Marcelo despencar drasticamente e hoje é ser visto no Bico do Papagaio como uma persona non grata.
Com essa rejeição astronômica e em terceiro lugar nas pesquisas o que pode restar a Marcelo em relação a alguma candidatura é a tentativa para a vaga no senado. A pergunta que fica é: será que consegue chegar a Brasília com tão baixo rendimento? O tempo dirá.
Keops é empresário em Augustinópolis e articulista 




