Mais do que um simples local para ler e pesquisar, as bibliotecas têm um papel importante dentro da comunidade: ser um espaço de inclusão e de promoção da cultura. Em São Félix do Xingu, município do sul do Pará, essa é a ideia que tem sido difundida por técnicos da Fundação Cultural Tancredo Neves, que desde o início da semana promovem uma oficina de formação com a equipe da biblioteca e professores do município. A atividade prossegue até esta sexta-feira, 7.
O objetivo é fazer com que, através da promoção de novas atividades, a comunidade crie vínculos com o espaço. “A intenção é dar apoio ao processo de dinamização cultural. Hoje em dia não se concebe mais uma biblioteca apenas como um espaço de leitura e pesquisa e sim uma ‘biblioteca viva’, participando realmente do contexto cultural do município, com atividades que envolvam a comunidade”, explica o técnico de gestão cultural da Fundação, Semias Araújo.
As oficinas iniciaram em abril e já passaram pelos municípios de Marabá, Conceição do Araguaia e Redenção. Após São Félix, a jornada de capacitação segue para Rio Maria, Paragominas, Capanema e Castanhal. As oficinas integram o Projeto de Implementação de Bibliotecas, desenvolvido pela Fundação Tancredo Neves, por meio do Sistema Estadual de Biblioteca.
Para a pedagoga Solange Coelho, que participa com outras 11 pessoas da oficina em São Félix, a capacitação é o ponto de partida dessa aproximação entre o público e o espaço. “Até pouco antes não se tinha, de fato, a noção do verdadeiro papel de uma biblioteca. Ainda se tinha essa visão de que era um local a ser visitado apenas para se pesquisar e com esse treinamento estamos percebendo que é bem além disso. Para nós está sendo uma preparação para que conquistemos mais público”, afirma.
Em média, cerca de 100 pessoas visitam, por mês, a biblioteca pública de São Félix. No final do ano passado, o Governo do Estado aplicou recursos para equipar o local. Foram disponibilizadas mesas, cadeiras, computadores, som, televisão, climatizadores de ar e um acervo de dois mil títulos, que se somaram aos cerca de quatro mil que já estão disponíveis. Recentemente, devido à nova proposta e os novos equipamentos, a biblioteca foi realocada para um espaço mais amplo.
No próximo mês, Estado e município também colocarão em prática o projeto “Grãos da Leitura”, que visa atender as comunidades mais distantes. Serão distribuídas “Caixas Estantes”, com o acervo de 250 livros para quatro comunidades de São Félix: As vilas Nereu, Taboca, Lindoeste e Sudeste. O acervo ficará a cargo da Fundação Tancredo Neves. Já a confecção da estante será feita pela Secretaria de Cultura de São Félix.




