O município de Nazaré comemora nesta sexta-feira, 14, seus 67 anos de emancipação política, reunindo história, tradição e memória no extremo norte do Tocantins. Com 4.521 habitantes, a cidade marca a data destacando o caminho que a transformou de pequeno núcleo sertanejo em uma das comunidades mais representativas do Bico do Papagaio.
A narrativa do município começa com Luiz Matias do Nascimento, nascido em 1896, no Piauí, que chegou ao antigo norte goiano em busca de novas oportunidades. Instalado inicialmente em Boa Vista — hoje Tocantinópolis — ele se tornou figura essencial no comércio regional, atuando como ambulante entre o sul de Goiás e o Pará. Carregando mercadorias por rotas fluviais e pelo interior do sertão, Luiz Matias ampliou conexões, movimentou economias locais e abriu caminhos em uma região ainda marcada por isolamento e difíceis condições de deslocamento.
Foi em uma de suas viagens, em 1938, que ele encontrou o local onde nasceria o atual município. Ao montar uma pequena feira nas proximidades do Ribeirão Gameleira, percebeu o potencial da área: terra fértil, pastagens naturais e uma vizinhança que crescia ao redor do novo ponto de comércio. A curiosidade transformou-se em movimento, e o movimento em comunidade. Em pouco tempo, o povoado — inicialmente chamado Gameleira — estruturava comércio, escola e estradas graças à iniciativa de Luiz Matias e ao apoio de moradores e autoridades da época.
O distrito ganhou o nome de Nazaré em 1953. Cinco anos depois, em 14 de novembro de 1958, tornou-se oficialmente município, sendo instalado em 1º de janeiro de 1959. O primeiro prefeito foi o próprio fundador, seguido por seu filho, Raimundo Matias Ramos. Outros nomes também marcaram o desenvolvimento local, como João Ribeiro de Carvalho e José Tavares Ribeiro, lembrados pela contribuição ao fortalecimento da nova cidade.
Hoje, seis décadas após sua criação, o município celebra muito mais do que uma data. Celebra raízes, pertencimento e a persistência de um povo que transformou um ponto de comércio no sertão em uma comunidade sólida, viva e cheia de história.




