O ministro da Justiça Torquato Jardim, que tomou posse na quarta-feira (1), definiu a atuação da Polícia Federal nas investigações da chacina na Fazenda Santa Lúcia, em Pau D’Arco, sudeste do Pará. No último dia 27, o Ministério Público já havia pronunciado que a PF acompanharia as investigações das mortes.
Nove homens e uma mulher morreram na ação policial ocorrida na última quarta-feira (24) em uma fazenda no sudeste do Pará. A Secretaria de Segurança Pública (Segup) disse que os policiais foram recebidos à bala quando tentavam cumprir 16 mandados de prisão contra suspeitos do assassinato de um vigilante da fazenda, no fim de abril. Parentes de vítimas da chacina contestam a versão dos órgãos de segurança do Estado de que os policiais reagiram a um ataque dos colonos: segundo os trabalhadores rurais, a polícia chegou na cena do crime atirando. Segundo os peritos do Instituto Médico Legal, em três corpos havia perfurações à bala na cabeça e nas costas.
No despacho, publicano na quarta, o ministro afirma que diante da necessidade de apuração das responsabilidades dos envolvidos, fica determinada a atuação da Polícia Federal no caso.
A determinação não deve interferir nas investigações que já vem sendo realizadas pela Polícia Civil e pela Polícia Militar. No Pará, a Polícia Federal informou que ainda não foi comunicada oficialmente.
Nesta quinta-feira (1), a Corregedoria da PM informou que um procedimento interno também foi aberto para apurar a conduta dos policiais envolvidos na operação para cumprir mandados de prisão, no dia 24 de maio.
De acordo com a Segup, 29 policiais, sendo 21 militares e oito civis, já estão sendo afastados das atividades rotineiras. Os agentes de segurança devem colaborar com as investigações. Ainda segundo a Segup, as equipes que participaram da operação vão responder a inquéritos policiais militares.




