Mais de 500 mil crianças menores de cinco anos já estiveram nos postos de saúde no Pará desde que a Campanha Nacional de Vacinação Contra a Poliomielite foi lançada, no dia 16 deste mês. Os dados são do Vacinômetro, sistema do Ministério da Saúde que faz com que gestores, imprensa e população acompanhem os dados preliminares pela internet, que são alimentados continuamente pelos municípios.
A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) alerta que até o dia 6 de julho as vacinas estarão disponíveis somente de segunda a sexta-feira, nas Unidades Básicas de Saúde e nas Unidades do Programa Saúde da Família (PSF). A recomendação é que os postos de saúde, que são administrados pelas prefeituras e não pelo Governo do Estado, funcionem em horário integral, ou seja, de 8 às 18 horas. Mas essa carga horária fica a critério das gestões municipais. Até às 11 horas desta quinta-feira, 28, segundo levantamento do Vacinômetro, 514.053 crianças foram vacinadas em todo o Estado, o que corresponde a 69,81% do público alvo, formado por 736.683 pessoas da faixa etária indicada. A meta é chegar aos 95%.
Quem acessar o sistema, poderá também acompanhar o desempenho de cada município paraense no ranking. Até o momento, a capital do Estado, Belém, atingiu o percentual de 74,14% da quantidade de aptos para serem imunizadas, ou seja, do universo de 106.148, foram vacinadas 78.711 crianças abaixo de 5 anos. Já São Sebastião da Boa Vista é o município paraense que está mais distante de atingir a meta, pois até agora só vacinou 782 crianças de um total 2.631, correspondendo a apenas 29,72%.
Os dados do Vacinômetro também mostram dados curiosos: dois municípios já ultrapassaram os 100% de crianças vacinadas. Quatipuru, por exemplo, tinha a meta de vacinar 1.091 crianças, mas já imunizou 1.127, representando uma variação positiva de 103%. O outro caso é de Bannach, com o percentual de 108,92%, que imunizou 28 crianças a mais do que as 314 já aptas.
Antes da campanha de vacinação começar, a Sespa distribuiu 1 milhão de doses da vacina oral para todos os 144 municípios paraenses. A campanha deste primeiro semestre é feita com a vacina oral, com duas gotinhas, mas daqui a dois meses, por ocasião da campanha de multivacinação, haverá a introdução da pentavalente e reforço das outras vacinas no calendário básico. “A partir de agosto, as crianças que nunca foram imunizadas contra a paralisia infantil irão tomar a primeira dose aos dois meses e a segunda aos quatro meses, com a vacina poliomielite inativada, de forma injetável. Já a terceira dose (aos seis meses), a quarta dose (aos 15 meses) e os reforços continuam com a vacina oral, ou seja, as duas gotinhas”, informa a coordenadora estadual de Imunizações, Jaíra Ataíde.
A vacina contra a pólio é segura e as crianças devem ser vacinadas mesmo que estejam com tosse, gripe, coriza e rinite. A respeito da ocorrência de doenças graves, febre acima de 38 graus Celsius ou com alguma infecção, recomenda-se a consulta com profissionais nos postos de saúde para as crianças sejam avaliadas por médicos se devem ou não tomar a vacina.
Apesar de não haver registro de casos de pólio há 23 anos, tanto no Brasil, como no Pará – o último aconteceu no município de Santa Izabel – a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) considera essencial a manutenção de coberturas anuais, pois o vírus que causa a doença ainda circula no mundo, sobretudo em três países considerados endêmicos: Afeganistão, Nigéria e Paquistão. Não há tratamento para a pólio e a única solução para evitá-la ainda é a vacina.
A respeito do sistema Vacinômetro, vale ressaltar que a velocidade das informações está relacionada com a estrutura da rede de informática disponível principalmente nos municípios do interior do Estado, visto que o sistema vai sendo alimentado ao longo da campanha, de acordo com as condições operacionais de cada Secretaria Municipal de Saúde. Por isso, o percentual de vacinados mostrado pelo serviço indica a capacidade dos gestores de agregar e repassar as informações.




