Médicos que trabalham no Hospital Geral de Palmas (HGP) solicitaram à direção da unidade que sejam tomadas providências a respeito da segurança do hospital. Conforme os profissionais, que preferem não se identificar, o local não tem segurança necessária para um bom funcionamento, fato que coloca em risco a vida dos pacientes e de funcionários. Os servidores encaminharam ofícios à Pró-Saúde, empresa terceirizada responsável pela gestão das unidades, informando a situação.
De acordo com os médicos, no setor de psiquiatria os pacientes são violentos e, na maioria dos casos, é necessária a intermediação da administração. Eles também alegaram as tentativas de evasão do Pronto- Socorro e das enfermarias da psiquiatria.
Conforme um dos profissionais, a segurança do hospital ficou precária desde que ocorreu a retirada da empresa de vigilância que prestava o serviço para o Estado. A medida foi tomada pela Pró-Saúde, empresa terceirizada que administra os hospitais públicos. “Temos evidenciado o agravamento de toda essa situação, principalmente em relação ao aumento do número de evasões de pacientes sob nossa responsabilidade”, frisou o documento.
Ainda segundo os médicos, que fazem parte de um grupo de discussão, enfatizaram que as enfermarias da unidade de psiquiatria não têm segurança para os funcionários trabalharem. Segundo a denúncia, foi disponibilizado apenas um agente de portaria, que não é capacitado para tal função. A denúncia ainda ressaltou que, pelo fato dos pacientes estarem sob tutela do HGP, exigia que a direção do mesmo tomasse as devidas providências.
Os médicos também destacaram que geralmente as equipes plantonistas são formadas por mulheres, fato que, para eles, dificulta a questão da segurança. “As mulheres têm menos condições físicas de se defenderem de tais situações. Não esqueçamos dos pacientes erotizados e desinibidos, que ficam assediando e tentando manipular qualquer mulher que esteja no local.”
A denúncia também alertou que todas as pessoas que se encontram nesse setor, sejam pacientes, médicos ou funcionários administrativos em geral, correm risco de sofrer agressões por parte dos pacientes com problemas psiquiátricos. “Solicitamos, portanto, urgentes providências no sentido de sanar as deficiências de segurança relatadas”, citou o e-mail, que segundo o remetente foi enviado com cópia para o Conselho Regional de Medicina (CRM) e Sindicato dos Médicos (Simed).
CRM
De acordo com o presidente do CRM, Nemésio Tomasella, no dia 13 de fevereiro passado chegou um ofício ao conselho informando sobre a situação da vigilância no HGP. “Nós encaminhamos à direção do HGP e ao secretário Estadual da Saúde (Raimundo Boi) um ofício solicitando que providências sejam tomadas em caráter emergencial”,acrescentou.
Simed
A assessoria de comunicação do Sindicato dos Médicos do Tocantins (Simed) informou que a presidente da entidade, Janice Painkow, confirmou que os médicos da psiquiatria relataram para ela, na última quarta-feira, por telefone, a falta de segurança no HGP.
Conforme a assessoria, ela afirmou que os médicos ficaram de formalizar a denúncia ao Simed, ontem, quando entregariam a documentação sobre o caso que será analisada pela diretoria do sindicato e o setor jurídico. Porém, até o fechamento desta edição, a denúncia não havia sido formalizada pelos médicos.
Também segundo a assessoria, a presidente disse que o quadro expõe a risco não só o profissional, mas o paciente da psiquiatria atendido ou internado no hospital. Segundo ela, após a análise da denúncia o sindicato irá adotar a medida que considerar cabível ao caso, o que inclui acionar órgãos e instituições competentes para atuar no caso.
HGP
Por nota, o hospital informou não ter registro de evasões por parte de pacientes da unidade. Com relação à extinção da função de vigilantes nas unidades gerenciadas pela Pró-Saúde, a unidade informou que o fato se deu para que fosse implementada a função de agentes de portaria. “Com isso, deixou de existir segurança armada nos hospitais. O que oferecemos agora são pessoas capacitadas para receber e ajudar nossos usuários nas recepções, numa visão mais humanizada de acolhimento. Os agentes de portaria foram todos capacitados e estão aptos a realizar o seu trabalho”, frisou a nota.
O comunicado também citou que é responsabilidade dos técnicos de saúde, o atendimento aos pacientes psiquiátricos, não podendo os mesmos ser “contidos” por vigilantes.
Entenda
Médicos denunciam a falta de segurança no HGP. Segundo os profissionais, que preferem não se identificar, o local não tem segurança necessária para um bom funcionamento, fato que coloca em risco a vida dos pacientes e de funcionários. Assessoria do hospital declarou que criação dos agentes de portaria não prejudica a segurança na unidade e objetiva visão mais humanizada e acolhedora na unidade. (Jornal do Tocantins)




