Esta terça-feira, 5, entra no 5º dia a paralisação de médicos cirurgiões do Hospital Regional de Gurupi (HRG), no Sul do Estado, que suspenderam desde o último dia 1º os plantões e as cirurgias eletivas (aquelas agendadas) em protesto pela falta de material básico para os procedimentos, condições adequadas de trabalho e o atraso de 17 meses no pagamento de gratificações por serviços de pronto-socorro. Na unidade, além da falta de insumos, a esterilização de roupas de pacientes, da equipe médica e instrumentos cirúrgicos, estaria comprometida pela não instalação de duas autoclaves. Problemas são relatados também no Hospital Geral de Palmas (HGP).
Os sete cirurgiões do HRG suspenderam os plantões e a realizações das cirurgias agendadas em todos os setores de clinica médica. A unidade de saúde é referência no Sul do Estado e chega a realizar cerca de 300 dessas cirurgias mensalmente. “Estamos à espera do pagamento de gratificações desde janeiro de 2011, referentes aos serviços de pronto-socorro, não temos condições para realizar as cirurgias, falta o indispensável, como medicamentos e outros insumos, por isso elaboramos um documento com assinaturas dos médicos e comunicamos a paralisação das cirurgias e suspensão dos plantões”, disse o diretor clínico do HRG, Francisco Macedo.
As duas autoclaves, aparelhos indispensáveis no controle de qualidade e esterilização em serviços laboratoriais e clínicos, esperam manutenção técnica para instalação desde que foram adquiridas pela Secretaria Estadual da Saúde (Sesau) e encaminhadas ao HRG, informou o diretor clínico.
HGP
Os problemas não se restringem somente ao interior. No HGP, o único aparelho destinado a cirurgias urológicas no Tocantins está quebrado, mais da metade das lâmpadas de foco cirúrgico, que iluminam as mesas de operação de quatro dos seis centros de cirurgia, estão queimadas e põem em risco o resultado dos procedimentos médicos.
Segundo o Sindicato dos Médicos do Tocantins (Simed), no último domingo, mais de 20 pacientes das enfermarias tiveram de ficar internados em macas espalhadas pelo corredor principal da unidade, por falta de espaço. O problema de lotação vai além. Conforme levantamento atualizado do Simed, a lista de espera por cirurgias, iniciada há três anos, já soma cinco mil pacientes no hospital da Capital.
“As filas se intensificaram no fim de semana, e no domingo mais de 20 macas estavam espalhadas pelo corredor principal do HGP com pacientes internados nas enfermarias. O hospital está funcionando com a demanda reprimida, muito aquém do aceitável”, disse o vice-presidente do Simed, Hilton Mota. As cirurgias agendadas também estariam suspensas, mas ainda não há uma manifestação formalizada sobre a suspensão por parte dos médicos.
“O mais grave é que o único aparelho endoscópico urológico para cirurgias específicas na uretra e próstata está quebrado há quatro meses. Isso é um absurdo para uma unidade hospitalar de grande porte, como o HGP”, desabafou Mota, ressaltando que os médicos da unidade esperam, até amanhã, um posicionamento do governo, sobre o atraso de cinco meses das gratificações por serviços de pronto-socorro. Ainda no início do ano, outras deficiências foram relatadas através de documentação protocolada junto à direção do HGP, explicou Mota.
Sesau
A assessoria de comunicação da Sesau justificou por telefone que o secretário de saúde, Nicolau Esteves, tinha outros compromissos fora da secretaria e não estaria disponível para um posicionamento. Sobre os problemas apontados no HGP, a assessoria de comunicação disse que não estaria autorizada a comentar.
Relembre
Na última semana, Simed e Sesau se reuniram em Palmas e foi dado prazo de uma semana para que o governo do Estado resolvesse as pendências apontada pela categoria. Já os pagamentos, conforme anunciou a Sesau na última sexta-feira, devem começar a ser efetuados a partir de hoje. (Jornal do Tocantins)




