
Anunciado como ponto alto da mobilização regional do MDB no Bico do Papagaio, o grande encontro da sigla, realizado na sexta-feira (27), terminou marcado pela ausência de seu principal nome: o ministro das Cidades, Jader Filho. A ausência repentina, sem explicações públicas convincentes, deixou constrangimentos nos bastidores e levantou questionamentos.

Nos bastidores, os comentários apontam que um dos motivos da ausência do ministro teria sido o comportamento político adotado pelo deputado federal, Alexandre Guimarães, anfitrião do encontro, que demonstrou descompasso com o governo federal ao votar contra o projeto do IOF de interesse do Governo Federal, em seguida, celebrar discretamente a derrota do Planalto nas redes sociais. O desconforto teria se intensificado diante da coincidência de agendas: no mesmo dia do evento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) visitava Araguatins, município vizinho, em uma agenda institucional que mobilizou autoridades estaduais, federais e milhares de moradores da região. Alexandre Guimarães não apareceu.

A falta de sincronia entre as alas estadual e federal do MDB — partido que oficialmente integra a base do governo Lula — não passou despercebida. A ausência do ministro em uma região considerada estratégica para a legenda reforçou a percepção de enfraquecimento de Alexandre Guimarães. Nos bastidores, o evento foi considerado mediano, com adesão aquém do esperado e discursos protocolares. Lideranças regionais chegaram a expressar desconforto com a condução do encontro e com a falta de uma pauta concreta de entregas.
Outro ponto bastante evidente foi a falta de líderes efetivamente filiados ao MDB. A ampla maioria eram de apoiadores do deputado federal Alexandre Guimarães e não filiados.

Apesar da tentativa de mostrar força e unidade, o encontro regional do MDB expôs ruídos internos e a dificuldade da legenda em firmar uma posição clara no atual cenário político. A ausência de Jader Filho, que seria o símbolo da ponte entre a sigla e o governo federal, acabou se tornando o principal fato político do evento — e não pela presença, mas pela omissão.





