No dia 17 de abril de 1996 ocorreu no Pará o Massacre de Eldorado dos Carajás, um dos mais sangrentos episódios de violência da história do país que resultou na morte 19 pessoas, centenas de feridos e 69 mutilados.
O confronto ocorreu quando 1.500 sem terra iniciaram uma marcha rumo a Belém, capital do Pará, em protesto que pedia rapidez na reforma agrária.
Até hoje os responsáveis continuam impunes e, das 144 pessoas acusadas, apenas duas foram a julgamento. A mando do então governador Almir Gabriel, eleito pelo PSDB, o secretário de Segurança Pública, Paulo Câmara, comandou a brutal e truculenta ação da polícia militar contra os agricultores que estavam acampados na rodovia BR-155. Eles pretendiam seguir para a capital, Belém, em protesto contra a lentidão do Incra na análise dos processos de desapropriação de terras, em especial da Fazenda Macaxeira, local que ocupavam anteriormente.
Nesse cenário de injustiça, os crimes contra os trabalhadores e trabalhadoras do campo continuam ocorrendo. De acordo com os dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT), os primeiros meses de 2017 já registravam 37 mortes no campo, indicando o início de ano mais violento do século. Segundo esta organização, o número de chacinas no campo cresce significativamente a cada ano, o que está diretamente ligado à ausência do Estado, colocando vidas de trabalhadores rurais em risco constante, seja pela ação de grupos paramilitares, como também de jagunços atuando a mando de fazendeiros. Exemplo disso foram as recentes chacinas em Colniza-MT e em Pau D’Arco-PA, no início de 2017, somando 19 mortes de camponeses. Os dados da CPT podem ser conferidos aqui.





