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sábado, dezembro 6, 2025
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MARANHÃO: Rebelião em delegacia de Pinheiro deixa saldo de seis presos mortos

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Seis detentos da carceragem da Delegacia Regional de Pinheiro foram brutalmente assassinados durante uma violenta rebelião, que teve início às 23h de segunda-feira, 7, e só terminou às 14h de ontem. A revolta dos presos, segundo a delegada Regional, Laura Amélia Barbosa, foi em virtude da superlotação da carceragem, que tem capacidade para 30 internos, mas que atualmente abrigava 97. Entre os mortos no motim, está o lavrador José Agostinho Bispo Pereira, de 55 anos, condenado a 63 anos de prisão em dezembro de 2010 por ter abusado sexualmente da filha por 16 anos, e ter tido sete filhos com ela. Ele e mais três foram decapitados.

“Descobrimos que um dos presos estava com uma serra para cortar as grades. Negociamos a entrega da ferramenta, mas eles quebraram a cela 5, e passaram para a cela 1, que também foi parcialmente destruída. Os amotinados conseguiram chegar à ala da cela 3, onde ficavam os presos condenados por crimes sexuais. Foi uma verdadeira carnificina. O Monstro de Pinheiro, como ficou conhecido o lavrador José Agostinho Pereira, por exemplo, além de ter a cabeça separada do corpo, ainda foi trucidado com golpes de chuço”, informou a delegada.

Negociação – Para tentar evitar que mais presos fossem mortos, uma comissão de negociação foi formada, por volta das 12h. Intermediada pelo major Luis Eduardo Vaz, da 5ª Seção da Polícia Militar, a comissão foi composta pelo próprio comandante-geral da Polícia Militar do Maranhão (PM), coronel Franklin Pacheco; o secretário-adjunto de Segurança Pública, Laércio Costa, e homens do Grupo Tático Aéreo (GTA) e do Grupo Especial de Operações Policiais (Geop). Os presos disseram a maneira como a pauta de reivindicações seria redigida e exigiram a presença da imprensa e do juiz da Comarca. Eles chegaram a pedir 1 kg de maconha.

Depois de acertada a transferência de alguns presos, os rebelados passaram a entregar os corpos aos carcereiros, a começar pelas cabeças das vítimas. Os mortos foram amontoados no pátio interno da delegacia, e finalmente os amotinados concordaram em encerrar a rebelião, por volta das 14h. Todos aqueles que participaram direta ou indiretamente do motim foram alojados em uma única cela, a maior da unidade de polícia. Durante as revistas, a polícia recolheu mais de 40 chuços, os mesmos que foram utilizados para matar os detentos acusados de crimes sexuais.

Os mortos

Além do lavrador José Agostinho, foram assassinados a golpes de chuço os detentos Jorge Luís de Sousa Moraes, de 19 anos, Raimundo Nonato Soares Mendes, o Pampo, de 28 anos; Paulo Sérgio Cunha Pavão, de 40 anos; Alexsandro De Jesus Costa Pereira, de 28, e José Ivaldo Brito, de 50 anos. Todos os corpos foram levados para o necrotério do Hospital Antenor Abreu, no bairro Antigo Aeroporto, onde foram examinados pelo Instituto de Criminalística (Icrim) e liberados aos familiares. Jorge Luís e Raimundo Nonato não foram decapitados.

O corpo do lavrador José Agostinho foi o quatro a deixar a unidade médica e foi entregue aos cuidados da filha mais velha, Maria Sandra Monteiro, de 31 anos, a primeira a sofrer os abusos sexuais do pai, e que teve um filho com o pedófilo/estuprador. Indiferente com a morte do pai, a filha do lavrador não quis falar a O Estado, e deixou o hospital assim que recebeu a guia cadavérica. A maioria dos presos assassinados deve ser sepultada no Cemitério Santo Inácio de Loyola, localizado no bairro Sete, em Pinheiro.

Além da superlotação, os rebelados reivindicavam transferência para suas respectivas cidades de origem. O superintendente de Polícia Civil do Interior (SPCI), Jair de Paiva, providenciou a mudança de 14 detentos para algumas delegacias vizinhas à Regional. “Alguns município da região não possuem delegacias. No entanto, os presos serão transferidos para as cidades mais próximas a seus municípios de origem. Esta é uma parte do acordo que vai amenizar o problema de superlotação desta carceragem”, disse Paiva.

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