Onde eles existem são mal conservados e não oferecem espaço suficiente para abrigar os passageiros. Em muitos locais onde os ônibus param para pegar ou deixar passageiros, o que existe é só a placa. Esta é a situação das paradas de ônibus em Imperatriz. Na segunda maior cidade do estado, os passageiros de transporte coletivos são obrigados, conforme as estações do ano, a aguentar o calor ou as chuvas.
Um passeio rápido pela cidade comprova o estado lamentável dos locais que deveriam abrigar os usuários desse serviço. Sob responsabilidade do poder público, as paradas estão em estado de abandono e não atendem à demanda.
Conferencista de uma empresa de Imperatriz, Francisco Cesar de Morais Chaves sempre embarca no ponto localizado na Avenida Dorgival Pinheiro de Sousa, entre as ruas Paraíba e Sergipe. O que chama a atenção é que neste ponto não há lugar para os passageiros se protegerem dos efeitos do clima enquanto esperam o ônibus que os levará ao seu destino.
Para Francisco Cesar, a situação da parada é precária, principalmente na época das chuvas. Tendo que andar de ônibus quatro vezes por dia, ele reclama. “A gente tem que chegar no serviço enxuto e tudo, mas não tem condição porque o serviço é precário. Não tem lugar para ficar esperando o ônibus num momento de chuva”.
Em dias ensolarados Francisco se acolhe na varanda das lojas próximas e, em dias chuvosos, a saída é buscar abrigo no posto de gasolina que fica em frente ao ponto de ônibus. Em todos os casos, há o risco de perder o horário do coletivo. “Eu tenho que me preocupar, além do sol e da chuva, em ficar atento, senão o ônibus passa e eu perco o horário de entrar no serviço”, reclama.
“Eu acho horrível porque quando é tempo de chuva é na chuva, quando é tempo de sol, é no sol”, desabafou a doméstica Francisca Cavalcante. Ela afirma que quase todos os dias passa pelo transtorno de esperar o transporte coletivo no ponto da Rua Luis Domingues, próximo à Fundação Cultural e ao Teatro Ferreira Gullar. Este ponto é um dos mais movimentados da cidade porque fica próxima às universidades Estadual e Federal, sem contar uma faculdade particular, de escolas e do principal centro de compras de Imperatriz, o Calçadão.
Francisca mora em João Lisboa e trabalha em Imperatriz. Ela classifica o ponto de ônibus do teatro como “paradinha”, em referência a falta de espaço para acomodar toda a demanda. “No verão é sol que ninguém aguenta e, quando é chuva, a gente se molha, além dos carros que passam e jogam lama na gente”.
Desde sua juventude, o aposentado Henrique Pinto, 65 anos, usa o transporte coletivo para se locomover em Imperatriz. Na manhã desta segunda-feira (16) ele preferiu se proteger da fina chuva sob a antiga parada de ônibus da Rua Ceará, entre as avenidas Getulio Vargas e Dorgival Pinheiro de Sousa. No local o pequeno e baixo telhado é seguro por cortas e fios. Ao lado deste antigo ponto fica a nova parada, em bom estado de conservação, mas com capacidade para apenas 10 pessoas.
“Isso é a maior tristeza de usar o ônibus coletivo. Uma pessoa da minha idade sofre muito numa parada de ônibus”, protestou.
O Correio Popular tentou contato com o secretário de Trânsito e Transportes, José Ribamar Alves Soares, mas ele não foi localizado. Em Imperatriz a SETRAN é a responsável pela manutenção dos pontos de ônibus na cidade.
Por telefone o secretário de Comunicação, Elson Araújo, disse que já estão avançadas as discussões e elaboração do projeto que ampliará os atuais pontos e implantará novos locais de parada de ônibus. Para Elson, “os pontos de parada de transporte coletivo devem seguir o ritmo de crescimento da cidade”, justificou. Outra questão que está sendo estudada pela prefeitura é a inclusão da iniciativa privada na execução do projeto. (Ronie Petterson – Correii Popular)




