O julgamento de Raul Teodoro da Silva, fazendeiro acusado de assassinar um vaqueiro em 1995, em Paraíso do tocantins, a 60 km de Palmas, foi suspenso após um pedido do Ministério Público do Tocantins (MPE). Segundo o órgão, o réu tem muita influência e prestígio na cidade, o que poderia influenciar o resultado da sessão, por isso foi pedido o desaforamento do julgamento.
A sessão estava marcada para acontecer na última quinta-feira (15). O desaforamento é um recurso usado em casos especiais. A lei prevê que o réu deve ser julgado no distrito da
culpa, ou seja, onde cometeu a infração penal. Mas nada impede que o foro seja mudado. Neste caso, foi contestada a imparcialidade do júri.
“Verificamos claramente que o réu e sua família valem-se expressamente do prestígio que desfrutam junto à comunidade local, sobretudo de empresários, pecuaristas e políticos, sendo certo que este fato seria fartamente explorado em plenário. Ou seja, mostra-se como nítida a estratégia da defesa de guiar o julgamento no sentido de sobrepujar quem praticou o crime em detrimento do que foi praticado”, argumentou a promotora Flávia Souza Rodrigues.
O MPE explicou que o mais provável é que a próxima sessão seja realizada em Palmas. Quanto a nova data, o órgão informou que aguarda pela decisão do Tribunal de Justiça do estado.
O homicídio
O fazendeiro é acusado de matar Felintro Alves dos Santos, ex-funcionário de uma propriedade rural que pertence à irmã dele. Conforme o MPE, quando foi demitido, o vaqueiro disse que iria procurar por seus direitos junto ao Ministério do Trabalho. Foi quando o fazendeiro teria cometido o homicídio. Desde então, ele segue respondendo pelo crime em liberdade. (G1 -TO)
