
O debate sobre a regulamentação dos cassinos e bingos no Brasil voltou a ganhar espaço no Congresso Nacional. O senador Irajá Silvestre Filho (PSD-TO), relator do Projeto de Lei 2.234/2022, defendeu que a aprovação da proposta deve ser encarada como uma pauta econômica estratégica, capaz de movimentar setores como turismo, emprego e arrecadação fiscal.
Segundo Irajá, a legalização poderia gerar mais de 1,5 milhão de empregos diretos e indiretos, além de arrecadar cerca de R$ 20 bilhões anuais em impostos. O parlamentar argumenta que esses recursos seriam destinados a áreas essenciais, como saúde, educação e segurança pública. Ele também ressaltou que a proposta contribuiria para retirar a atividade da ilegalidade, reduzindo a influência do crime organizado.
O projeto permite a instalação de pelo menos um resort cassino em cada estado brasileiro. Em unidades da federação mais populosas, como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia, seriam permitidas até duas licenças de operação. Além disso, a proposta contempla a regulamentação de bingos e do jogo do bicho, com limites de autorização estabelecidos de acordo com a população de cada município.
A defesa de Irajá ocorre em um contexto de crescimento expressivo dos sites de bets no país. No primeiro semestre de 2025, a Secretaria de Prêmios e Apostas registrou 17,7 milhões de brasileiros ativos em plataformas regulamentadas, com arrecadação de R$ 3,8 bilhões em tributos. O segmento se consolidou após a implementação de regras claras e fiscalização ampliada pelo Ministério da Fazenda.
A popularidade das chamadas “bets” é um fator que reforça o debate sobre os cassinos físicos. Segundo levantamento de um site de bets referente a julho de 2025, o futebol concentra mais de 85% das apostas registradas, seguido por tênis e basquete. Esses números mostram a força do mercado e evidenciam o potencial de expansão com a legalização de novas modalidades presenciais.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já havia defendido publicamente a aprovação da regulamentação e legalização dos cassinos, argumentando que a medida ajudaria a criar polos turísticos e gerar empregos em diferentes regiões do país. Para ele, a experiência presencial poderia complementar o mercado digital, hoje já consolidado.
Apesar da defesa de parte do governo e de lideranças no Congresso, a tramitação da proposta encontra resistência e teve sua votação adiada no Senado em julho. Ainda assim, Irajá classifica a discussão como uma agenda de desenvolvimento econômico, destacando que países vizinhos, como Argentina, Chile e Uruguai, já colheram resultados positivos após a legalização de cassinos.
O tema deve continuar em pauta no Legislativo nos próximos meses, com expectativa de que a proposta avance até 2026. Para Irajá, que reforçou sua aproximação com o vice-governador Laurez Moreira, trata-se de uma oportunidade de estruturar um novo setor econômico no país, ampliando a arrecadação e promovendo a formalização de uma atividade que já ocorre à margem da lei.




