Por volta das 17h30 deste domingo (24), os índios que ocupam há quatro dias um dos canteiros de obras de Belo Monte, entregaram para a empresa Norte Energia um documento elencando suas reivindicações. A pauta foi solicitada pela própria empresa, para formalizar as cobranças que vem sendo feitas durante o protesto.
Dentre as reivindicações estão o cumprimento de condicionantes para a obra, como a demarcação de terras indígenas, a construção de estradas até as aldeias e a distribuição de suprimentos para as aldeias afetadas.
Os cerca de 150 indígenas das etnias Xicrin, Arara e Juruna, oriundos das aldeias Bacajá, Maia, Paquiçamba e Moruatu, mantêm a ocupação de uma das frentes de obras da Hidrelétrica de Belo Monte, em um protesto pacífico. O local ocupado é a Ilha Marciana, situada no sítio Pimental, que fica em Vitória do Xingu, a 70 km de Altamira.
Na tarde de hoje, mulheres da etnia Xikrin se juntaram aos homens na ocupação, segundo informou a indígena Rafaela Xikrin. Ela afirmou ainda que os indígenas planejam ocupar toda a área do canteiro de obra e só liberar depois que a Norte Energia atender as reivindicações.
Ontem, representantes da Norte Energia (NE) – empresa responsável pela implementação e operação da Usina – foram até o Sítio Pimental para iniciar um diálogo com os índios. A reunião com os manifestantes aconteceu das 15h30 até as 17h, na qual a Norte Energia solicitou a pauta de formalização das reivindicações.
De acordo com a assessoria de comunicação da Norte Energia, no dia 28 de junho haverá uma reunião com as lideranças indígenas para discutir soluções sobre a liberação do canteiro de obra. No entanto, a empresa adianta que algumas das reclamações são assuntos ligados à outras instituições, como a Fundação Nacional do Índio (Funai). (DOL)




