O processo de implantação da Hidrovia Tocantins, que vai tornar navegável um trecho de 1.500 quilômetros do rio Tocantins até sua foz no Estado do Pará, vem sendo acompanhado de perto por empresas, produtores e demais atores do circuito do grão no Estado e visto como possibilidade de envio da produção de soja diretamente ao Porto de Belém.
De acordo com o superintendente federal da Agricultura no Tocantins, Jalbas Manduca, os custos do transporte hidroviário, e a possibilidade de exploração dessa via por diversas empresas pode fazer com que a competição diminua o valor do frete no transporte de soja. “A ferrovia, que surgiu como uma opção para o transporte que era feito exclusivamente por caminhões, ainda não conseguiu baixar o preço do frete como os produtores esperavam, mas a vinda da hidrovia poderá trazer uma nova competição para esse setor”, afirma Manduca.
A hidrovia também aparece como uma solução para o problema do escoamento segundo o presidente da Cooperativa Agroindustrial do Tocantins (Coapa), Ricardo Khouri. “Mesmo saindo de caminhão daqui da Região de Pedro Afonso, e levando essa carga de soja até Porto Franco (MA) e de lá via Hidrovia, já existiria uma economia”, explica Khouri, que diz que algo em torno de 30% do frete poderia ser poupado.
Para o superintendente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no Tocantins, Vilmondes de Castro Macedo, a hidrovia traz também a possibilidade da criação de integração entre os modais de transporte. “Um grande centro de abastecimento, com possibilidade de integrar recebimento de cargas via rodoviária e dispensar essa produção por balsas e trens, acredito que esse é o futuro para vencer a limitação de estocagem quando falamos de grãos no Tocantins”. (Rodrigo Correia – JT)
