O Pará se prepara para enfrentar o período de fortes chuvas. Um plano estadual de prevenção e combate a possíveis enchentes e outras catástrofes causadas pelos temporais está sendo elaborado pela Defesa Civil do Estado, que se reuniu nesta terça-feira, 10, no Comando Geral dos Bombeiros, em Belém, com as seis regionais que comandam os atendimentos no interior. O planejamento prevê a construção de abrigos e a arrecadação de cestas básicas e kits de medicamentos, entre outras medidas. Nesta quinta-feira, dia 12, uma nova reunião deverá anunciar o plano, que será colocado em prática com a parceira de órgãos federais e municipais.
Durante o período considerado “crítico”, que vai de março a junho, todos os municípios situados no entorno dos rios Amazonas, Araguaia, Tapajós, Tocantins e Xingu deverão receber atenção especial da Defesa Civil. O coordenador adjunto do órgão, coronel José Almeida, disse que o plano estadual deve atender às necessidades de cada região paraense, mas que algumas medidas devem ser comuns. “O objetivo deste plano é organizar, em níveis regionais, a infraestrutura para a prevenção e possível combate de enchentes neste período em que a chuvas ficam mais intensas”.
Entre as medidas a serem anunciadas no plano está a construção de abrigos, armazenamento de cestas básicas, kits de medicamentos e humanitários, com roupas, calçados, colchões e redes, kits com materiais de construção para possíveis reparos nas residências afetadas pela cheia, e formação de postos de comando avançados, que devem entrar em funcionamento a partir da decretação de emergência ou calamidade pública no município.
Cada regional da Defesa Civil realizou um mapeamento das áreas de risco, identificando o nível máximo dos rios para as pessoas permanecerem nas suas casas, avaliando, também, o possível número de famílias que podem ficar desalojadas ou desabrigadas com a cheia. Segundo o coronel Almeida, o mapeamento é importante para garantir a infraestrutura necessária às famílias caso haja uma enchente.
Almeida assegurou, ainda, que, além de acompanhar o nível dos rios, monitoramentos do clima são feitos junto ao Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), ao Instituto de Metereologia do Pará (Inmet) e a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), para que não haja surpresas. “Estamos vendo o que está ocorrendo em outros estados e temos que nos preparar. O período de chuvas já é bem intenso em outras regiões paraenses, mas estamos acompanhando e estaremos preparados para qualquer emergência”, afirmou.
O coronel adiantou que, segundo os boletins dos órgãos de monitoramento do clima, não há indicativos de “chuvas acima do normal” até a primeira quinzena de fevereiro. Contudo, tratam-se apenas de previsões; o plano será colocado em prática para que não haja nenhum desastre se a previsão for contrária, ou quando já estiver prevista a enchente.
Balanço
De acordo com dados dos últimos cinco anos apresentados pela Defesa Civil do Estado, anualmente, mais de 34 mil famílias são atingidas por desastres naturais, o que equivaleria a cerca de 150 mil pessoas. Deste número, 90% das ocorrências atendidas são feitas durante o período das chuvas.




