O Governo Federal inicia nesta sexta-feira (2) uma nova operação de desintrusão na Terra Indígena Kayapó, localizada no sudeste do Pará. A ação, determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito da ADPF 709, tem como foco a retirada de invasores e o combate ao garimpo ilegal, considerado a principal ameaça ao território indígena. A operação busca assegurar os direitos territoriais e a integridade física e cultural dos povos originários que habitam a região.
Com uma área de 3,2 milhões de hectares, a Terra Indígena Kayapó é uma das mais afetadas pela mineração ilegal no país, atrás apenas da TI Sararé. O território abriga mais de 6 mil indígenas dos povos Mebengôkre e grupos isolados, distribuídos em 67 aldeias. Segundo dados oficiais, ao menos 274 hectares de mata nativa já foram devastados pela atividade garimpeira, que opera com maquinário pesado e ligações com o crime organizado.
Coordenada pela Casa Civil e pelo Ministério dos Povos Indígenas, a operação envolve mais de 20 órgãos federais, entre eles Ministério da Defesa, Ibama, Funai, Polícia Federal, Força Nacional e Abin. O plano de ação prevê a destruição de equipamentos usados na mineração ilegal, fiscalização aérea e terrestre, e estratégias para impedir o retorno dos invasores, com o acompanhamento direto das comunidades afetadas.
Esta é a oitava operação do tipo realizada no atual governo, que já promoveu ações em outras terras indígenas ameaçadas por atividades ilegais, como as TIs Yanomami, Munduruku e Trincheira Bacajá. As ações integram uma política de proteção aos povos indígenas e preservação dos biomas brasileiros, reforçando o cumprimento da legislação ambiental e dos direitos constitucionais das populações tradicionais.
