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quarta-feira, dezembro 17, 2025
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Governo e empresários discutem implantação de polo para a indústria da carne bovina

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O Pará deve instalar, em breve, um polo industrial voltado para a cadeia da carne bovina. A ideia é agregar valor e verticalizar a produção do Estado, que, paradoxalmente, é o maior (em extensão territorial) entre os Estados produtores, mas possui apenas o quinto rebanho do país, com quase 19 milhões de cabeças, ficando atrás do Mato Grosso, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul. “Neste ano e no próximo, nosso foco será a atração de investimentos, a agregação de valor e a verticalização dos produtos que são exportados in natura, como é o caso do boi e do minério, o que faz com que o nosso Estado, hoje, não alcance o mesmo ritmo de desenvolvimento de outros”, explica David Leal, titular da Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Mineração (Seicom).

Para concretizar o projeto, a Seicom vem dialogando com representantes da iniciativa privada, que apontaram as principais dificuldades do setor e as vantagens de se investir no Pará. O próximo passo, agora, é elaborar um plano de ações, visando a instalação de um polo industrial, a exemplo do que já existe no Ceará, onde os produtos derivados do boi, como o couro, são um importante sustentáculo da economia local.

“Desde 2003, quando trabalhava no Programa de Desenvolvimento de Fornecedores da Fiepa (Federação das Indústrias do Estado do Pará), eu ficava angustiado ao perceber que nós não tínhamos empresas voltadas para a industrialização de produtos derivados do boi. Àquela altura, exportávamos e continuamos a exportar boi em pé, inclusive para outros Estados – como o Ceará -, que não possuem um grande rebanho mas acabam transformando essa matéria prima e conseguem gerar emprego e renda. A nossa ideia é que isso aconteça dentro do próprio Pará. Vamos elaborar, junto com a iniciativa privada, um grande plano de ações para que isso se concretize. A nossa expectativa é que, em médio prazo, esse polo industrial esteja funcionando”, informa o secretário.

A iniciativa é vista com grande expectativa pelos empresários do setor, afirma Francisco Victer, presidente da União Nacional da Indústria da Carne (Uniec). Segundo ele, o Pará reúne uma série de vantagens que o colocam à frente de outros Estados em relação à cadeia agroindustrial da carne bovina. Entre elas, estão a grande disponibilidade de áreas para criação; o clima favorável; a tradição na atividade e a existência de um parque tecnológico e industrial já implantado. “Os nossos frigoríficos seguramente estão entre os mais modernos do mundo e obedecem aos padrões estabelecidos pelo Ministério da Agricultura, confirmando a nossa capacidade de exportação para os mercados mais rigorosos”, ressalta Victer.

Gargalos

Apesar dessa infraestrutura, ele aponta alguns gargalos que ainda impedem o maior desenvolvimento da atividade, como a limitação no fornecimento de energia elétrica, a pouca oferta de mão de obra qualificada e comunicação deficiente (telefonia instável e transmissão de dados via Internet precária, sobretudo no interior do Estado). Tudo isso, de acordo com o presidente da Uniec, implica em desvantagens para o Pará na corrida por mercados consumidores. “Embora tenhamos um rebanho expressivo, sofremos com a carência de matéria prima. Por isso há indústrias funcionando até com 43% de capacidade ociosa”, detalha.

Francisco Victer acredita que somente uma parceria público-privada, como já está sendo articulada, poderá melhorar as condições de competitividade do Pará. “Estamos certos de que essa combinação de esforços será fundamental para que se alcance um novo cenário, o que certamente refletirá na criação de mais indústrias e, consequentemente, na geração de mais empregos e renda, a partir da produção de itens com maior valor agregado”, garante. (Elck Oliveira)

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