A Assembleia Legislativa do Tocantins (Aleto) divulgou nota oficial nesta quarta-feira (3) para informar que colaborou de forma “total e irrestrita” com a Polícia Federal (PF) e o Superior Tribunal de Justiça (STJ) durante o cumprimento de dez mandados de busca e apreensão relacionados à Operação Fames-19. A ação, que também afastou do cargo o governador Wanderlei Barbosa (Republicanos), apura um suposto esquema de desvio de verbas públicas destinadas à compra de cestas básicas durante a pandemia de Covid-19.
Segundo a nota, a Casa Legislativa disponibilizou todos os documentos, equipamentos e informações solicitados pelos agentes. A Aleto informou ainda que sua Procuradoria-Geral não teve acesso aos autos e, por isso, desconhece os motivos que levaram à expedição dos mandados. A assessoria destacou também que a instituição não foi intimada de nenhuma decisão judicial sobre o caso.
Os mandados de busca foram cumpridos em gabinetes de dez parlamentares: Amélio Cayres, Claudia Lelis, Cleiton Cardoso, Ivory de Lira, Jorge Frederico, Léo Barbosa, Nilton Franco, Olyntho Neto, Valdemar Júnior e Vilmar de Oliveira.
A operação mobilizou mais de 200 policiais federais em quatro estados — Tocantins, Distrito Federal, Paraíba e Maranhão — e cumpre, ao todo, 51 ordens judiciais. As investigações, que tramitam em sigilo no STJ, apontam indícios de que agentes públicos e empresários teriam se aproveitado do estado de emergência em saúde para fraudar contratos de fornecimento de cestas básicas e frango congelado entre 2020 e 2021. O prejuízo estimado ultrapassa R$ 73 milhões.
