Militares recém chegados à unidade 23ª Brigada de Infantaria de Selva e que vêm de outras realidades regionais, em geral do sul e sudeste do País, estão tendo o primeiro contato com o ambiente de selva com estratégia militar esta semana. As atividades do Exercício de Adaptação à Vida na Selva (EAVS) tiveram início no último dia 6 e seguem até a próxima terça-feira, dia 14 de fevereiro, quando ocorre a solenidade de encerramento no pátio de formaturas do 52º BIS.
Uma das primeiras atividades aconteceu na manhã desta quarta-feira (8) na Base de Selva Cabo Rosa, à beira da Rodovia Transamazônica. Militares masculinos e femininos, alguns deles do serviço de saúde, participaram da Instrução de Vida na Selva e Técnicas Especiais.
Nesta quinta-feira, 9, continua a instrução de selva, enquanto na sexta-feira acontece a instrução fluvial. No sábado (11), os militares terão instruções de preparação para a sobrevivência e o início dessa fase, propriamente dita. O domingo e segunda-feira serão dedicados exclusivamente à sobrevivência, completa.
Adaptação
Segundo um dos instrutores, o capitão Valente, o treinamento tem por objetivo imitar o combate e não é marcado por trote ou situação desumana, mas sim pelo profissionalismo dos envolvidos. “Eles são levados a situações extremas, que podem ocorrer no combate real. É quando nós vemos a capacitação de cada militar, se ele está adaptado, se consegue passar por situações adversas. É verificada a preparação intelectual e emocional, que é muito importante no combate”.
O capitão, que integra a equipe de instrução há seis anos, lembra que a situação extrema é cobrada do estagiário pela própria selva, que é um ambiente adverso. É quando é treinado o verdadeiro combatente de selva.
Comandante da 23ª Brigada de Infantaria de Selva, o general Humberto Madeira Mascarenhas tem acompanhado pessoalmente estágio de adaptação e vida na selva, a exemplo da manhã de ontem, quando coordenou o início dos trabalhos na Base Cabo Rosa.
O general destaca que os participantes têm treinamento, entre outras coisas, para obtenção da água e do fogo na selva, caça, confecção de armadilhas, tiro de combate na selva, navegação, travessia de rios e igarapés. “Todos nós já fizemos esse curso em Manaus e todos os instrutores estão totalmente capacitados a ministrar o curso de adaptação”, reforça Madeira.
Participantes
São 190 oficiais e sargentos participando do EAVS, entre eles mulheres que ingressaram no Exército por meio do serviço de saúde. Entre os oficiais está o tenente-coronel odontólogo Carlos Antônio, que já está servindo em Marabá há um ano. “Estamos já bem adaptados à região amazônica. Apesar disso, creio que será um estágio bem proveitoso”, comenta.
Também no grupo, quatro mulheres que servem ao Hospital de Guarnição do Exército em Marabá: a capitão enfermeira Vânia, capitã enfermeira Tereza, a primeiro-tenente médica Letícia Maciel e primeiro-tenente médica Rosana, as quais se mostraram bastante motivadas para a atividade. (Correio Tocantins)




