Quatro presos na operação “Forte do Castelo” da Polícia Federal, incluindo o ex-prefeito de Belém e ex-senador Duciomar Costa, são transferidos durante a tarde desta sexta-feira (1º) para o sistema prisional. Duciomar, Elaine Baia Pereira e Ilza Baia Pereira para o Centro de Recuperação Especial Anastácio das Neves, em Santa Izabel, e o ex-assessor de Duciomar, Délcio Nonato para o Presídio Estadual Metropolitano I (PEM I), em Marituba, na região metropolitana de Belém.
Eles são suspeitos de apropriação de recursos públicos da administração municipal de Belém entre os anos de 2005 e 2012. A operação da PF cumpriu 5 mandados de prisão temporária, 14 de busca e apreensão e 4 de condução coercitiva em Belém, Brasília e São Paulo.
Duciomar tem prisão de caráter temporário e chegou à sede da PF em uma cadeira de rodas motorizada. Procurados, os advogados de defesa de Duciomar informaram que estão apurando os detalhes e que ainda não vão se pronunciar.
Além de Duciomar, foram detidos preventivamente Elaine Baia Pereira e a irmã Elza Baia Pereira, sócias das empresas SBC Sistema Brasileiro de Construção e Metrópole Construção e Serviços de Limpeza, e Délcio Donato Pantoja Oliveira, dono da empresa ST Sistemas e Transportes. Foram conduzidos coercitivamente os ex-assessores Márcio Barros Rocha e Jean de Jesus Nunes; Yuseff Leitão Siqueira, dono da empresa I9 Mais; Edson Marinho Filho, gerente da empresa Andrade Gutierrez suspeito de envolvimento em fraudes de licitação nas obras Portal da Amazônia e BRT-Belém.
Fraudes em licitações
De acordo com o procurador da República, Alan Mansur, “foi identificado que há uma série de pessoas e empresas que ganhavam as licitações e concentravam as melhores e maiores licitações de Belém. E todas elas tinham algum relacionamento ou parentesco em ex-assessorias do ex-prefeito”. O procurador informou que foi verificado também que “o próprio Duciomar tinha sob seu controle alguma dessas empresas.
“Ele próprio pediu para que as empresas fossem compradas em 2007, quando era prefeito de Belém. Inclusive algumas pessoas que compravam nem tinham capital suficiente. Uma ex-assessora comprou e a partir daí começou a ganhar licitações milionárias, mesmo sem experiência”, explicou.
Ainda segundo Mansur, a atual companheira de Duciomar concentrava duas das empresas que mais ganhavam obras da construção civil. “A análise comprovou que a própria administração direcionava com créditos e artimanhas para que essas empresas pudessem ser as ganhadoras de grandes obras da construção civil em Belém”, concluiu.
Entre as obras estão o completo do BRT, o Portal da Amazônia, as obras do Paracuri e das sub bacias 3 e 4 da Estrada Nova, esta no valor de cerca de R$100 milhões.
Além desta investigação o ex-prefeito responde a 15 processos na Justiça Federal e 14 na Justiça Estadual, a maioria por improbidade administrativa.
