O ex-policial Darlan Carlos Silva Barros será julgado nesta quinta-feira (25) no Fórum Cível de Belém. Ele é acusado de ter baleado o flanelinha Jhonny Higson Miranda da Silva em novembro de 2001. Segundo a promotoria, Higson tinha 12 anos quando limpou o para-brisas do carro do policial e, quando foi pedir dinheiro pelo serviço, o PM teria sacado a arma e atirado contra o adolescente. O tiro atravessou o braço do jovem, perfurou fígado, um rim e o baço, ficando alojado na coluna e deixando o Higson paraplégico.
O julgamento está previsto para começar 8h. A sessão será presidida pela juíza Ângela Alice Tuma, da 3ª Vara do Tribunal do Júri de Belém. O promotor de justiça Franklin Lobato irá atuar na acusação junto com o advogado Walmir Brelaz. O ex-policial militar será defendido pelo advogado Henrique Sauma.
Segundo o Tribunal, nove pessoas devem depor durante o processo, incluindo a vítima e duas testemunhas arroladas pela promotoria. Entre as testemunhas da defesa do policial estão trabalhadores que reformavam a casa do acusado.
Teses do tribunal
De acordo com a promotoria, testemunhas viram o momento do disparo e confirmam a participação do ex-policial no crime. “Não é justo que uma criança que foi pedir um trocado seja baleada de forma covarde, como foi. O menino só não morreu porque foi socorrido e levado para o pronto socorro. Ele reconheceu o policial, a testemunha também e, tendo esses dois reconhecimentos, não existe dúvida que o Darlan atirou”, disse o promotor Lobato. “A gente espera que ele seja punido pela lei, para que esse tipo de conduta não seja banalizada”, conclui o promotor.
Segundo o advogado do ex-policial, a defesa nega que ele tenha participado do crime. “A defesa entende que o acusado não foi o autor do crime. Nós temos testemunhas que dizem o contrário. Além das testemunhas temos um laudo, que é o exame de pólvora combusta que deu negativo. Ele não estava no local do crime. Nossa tese é negativa de autoria. Eu acredito que o processo é cheio de falhas e é impossível condenar o acusado se existem provas de que ele estava em outro local”. Questionado sobre qual local seria este, o advogado disse que iria explorar esta tese durante o julgamento.
Processo cível
Esta é a segunda vez que o caso Higson vai a julgamento. Em 2011 a vítima ganhou um processo cível contrao estado, recebendo uma indenização que, segundo a vítima, foi usada para comprar uma casa. “Demorou demais. O acordo da indenização foi assinado em 2008, mas ela só saiu em 2011. Agora eu espero que ele (Darlan) seja condenado. Eu esperei tanto tempo, então espero que ele pague pelo crime que cometeu”, disse Higson.
Apesar da vítima já ter uma sentença favorável, a defesa preferiu não comentar o processo anterior. “Eu não me manifesto sobre o processo cível. Estou concentrado no processo criminal e entendo que não devo opinar com relação a isto”, disse o advogado. (G1 PA).




