Na tarde desta sexta-feira (19), o prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos, recebeu uma carta-manifesto assinada por 21 dos 23 vereadores da capital. O documento se posiciona contra pedidos de impeachment que, segundo os parlamentares, carecem de fundamentos jurídicos. A manifestação ressalta a legitimidade do voto popular, o respeito à Constituição e a estabilidade institucional como pilares para garantir o avanço da cidade.
Embora o texto defenda a democracia e condene o uso político do impeachment, críticos apontam que a blindagem quase unânime do Legislativo ao Executivo pode fragilizar a função fiscalizadora da Câmara. A promessa de não admitir “atalhos autoritários” ou “aventuras” abre espaço para questionamentos: até que ponto a estabilidade política não se transforma em conivência? A ausência de oposição efetiva, em um cenário de apoio maciço ao prefeito, pode reduzir a pluralidade de vozes necessárias em um regime democrático.
Eduardo Siqueira, eleito em 2024 com mais de 78 mil votos, agradeceu o apoio e afirmou que este momento marca sua administração. No entanto, para além do discurso de unidade, ficam dúvidas sobre os rumos práticos de sua gestão: quais medidas concretas serão tomadas para enfrentar os problemas estruturais da capital? A carta dos vereadores protege o prefeito de instabilidades, mas também coloca sobre seus ombros maior responsabilidade. Afinal, sem espaço para desculpas diante de eventuais falhas administrativas, a cobrança por resultados deverá ser proporcional à blindagem política que agora recebe.
