
Esperantina foi palco, nesta quinta-feira, 28, de uma audiência pública que mobilizou autoridades políticas, representantes da sociedade civil e moradores do Bico do Papagaio para discutir a proposta do ICMBio de criar a Área de Proteção Ambiental (APA) e o Monumento Natural (MONA) na região. O encontro refletiu a insatisfação da população, sobretudo de agricultores e pecuaristas, que temem impactos diretos em suas atividades produtivas e na permanência de famílias em suas propriedades.
Entre as principais preocupações levantadas estão a insegurança jurídica para quem vive da terra, o risco de desapropriação de áreas ocupadas há gerações e a dificuldade de acesso ao crédito rural, essencial para a agricultura familiar e a pecuária leiteira — bases da economia local. Lideranças comunitárias ressaltaram que a medida, caso implementada, pode comprometer a geração de oportunidades e afetar centenas de famílias que dependem do campo para sobreviver.

A audiência também foi marcada pela presença de parlamentares, prefeitos e representantes de entidades como a PROBICO e o Naturatins. O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Amélio Cayres, destacou a importância do diálogo equilibrado entre preservação ambiental e desenvolvimento regional. Já o deputado estadual Wiston Gomes reforçou sua posição contrária, defendendo o direito da população de produzir e prosperar em suas próprias terras. O prefeito de Axixá, Auri Wulange, também se manifestou de forma crítica à proposta do ICMBio. Segundo ele, medidas impostas sem diálogo podem gerar mais problemas do que soluções.
O encontro terminou com a reafirmação da união entre prefeitos, vereadores, deputados e comunidade em defesa do setor produtivo do Bico do Papagaio, consolidando um movimento de resistência à criação das novas áreas de preservação.




